Salgueiro celebra a força das mulheres negras
A Acadêmicos do Salgueiro, quarta a entrar na avenida no segundo dia de desfiles do Grupo Especial, prestou uma homenagem às mulheres negras com o enredo "Senhoras do ventre do mundo", de Alex de Souza.
O desfile representou rainhas, guerreiras, revolucionárias, escritoras, mucamas, mães e artistas, e ainda tocando em temas atuais, como racismo e misoginia
O desfile começou explorando aspectos espirituais e científicos, representando o início da civilização na África. Em seguida, contou a história das mulheres negras como regentes, divindades, civilização egípcia, grandes guerreiras e generais na África e no Brasil.
Depois, explorou a parte espiritual, através de cultos africanos. No fim, uma homenagem celebrou as mulheres que fizeram a história do Salgueiro.

Salgueiro celebra a força das mulheres negras na avenida. Foto: Gabriel Monteiro, Raphael David, Paulo Portilho, Gabriel Nascimento | Riotur
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Senhoras do ventre do mundo inteiro
A luz no caminho do meu Salgueiro
A me guiar, vermelha inspiração
Faz misturar ao branco nesse chão
Na força do seu ritual sagrado
Riqueza ancestral
Deusa raiz africana
Bendita ela é e traz no axé um canto de amor
Magia pra quem tem fé
Na gira que me criou
É mãe, é mulher, a mão guardiã
Calor que afaga, poder que assola
No Vale do Nilo, a luz da manhã
A filha de Zambi nas terras de Angola
Guerreira feiticeira general contra o invasor
A dona dos saberes confirmando seu valor
Ecoou no Quariterê
O sangue é malê em São Salvador
Oh matriarca desse cafundó
A preta que me faz um cafuné
Ama de leite do senhor
A tia que me ensinou a comer doce na colher
A benção mãe baiana rezadeira
Em minha vida seu legado de amor
Liberdade é resistência
E a luz da consciência
A alma não tem cor
Firma o tambor pra rainha do terreiro
É negritude, Salgueiro
Herança que vem de lá
Na ginga que faz esse povo sambar