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SOS museus - II

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Na semana que passou, a coluna abordou a crise pela qual passam os museus do estado do Rio. Na verdade, hoje reduzidos a um museu e meio onde, em vez de excelência, se vêem práticas, no mínimo, estranhas. Só que a situação é bem mais grave. Dos museus municipais, costumava-se dizer que o MAR e o Museu do Amanhã eram exemplos de excelência administrativa, graças à parceria com a Fundação Roberto Marinho. Mas, estranhamente, no começo da semana o Bispo Crivella remanejou R$ 2,75 milhões de recursos das lonas culturais e projetos de fomento para....aplicar esse recursos no Museu do Amanhã e no MAR. Intrigada, a coluna tentou ouvir o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que fez a egípcia. O silêncio não foi por acaso. Os museus federais do Rio também não estão em situação melhor. O Museu Histórico Nacional sobrevive alugando seu espaço para eventos. E o Museu Nacional de Belas Artes, que tinha tudo para ser uma National Gallery brasileira, vive às traças. A culpa, dizem todos, é da crise econômica. Mas é justamente em momentos como este que sociedades decidem o que querem de suas vidas. Dizem que, certa vez, perguntaram a Winston Churchill se não era mais adequado direcionar o orçamento dos museus britânicos para os esforços militares da 2º Guerra. O velho buldogue deu um trago no charuto, tomou um gole de uísque e respondeu: “se é para fechar os museus, porque entramos em guerra?”

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O vereador Renato Cinco foi o único a protestar contra o remanejamento de verbas do Bispo Crivella. “Este remanejamento é absurdo”, diz o edil. “Colocar dinheiro em algo já contemplado pelo mercado em detrimento das lonas culturais é, para dizer o mínimo, perverso.”

Chame o ladrão
Rouba-se tudo nesse país. Malfeitores surrupiaram a placa de bronze com a carta-testamento de Getúlio Vargas, que fica sob o busto do ex-presidente na Cinelândia. Maria José Latgé, ex-chefe de gabinete de Darcy Ribeiro, já escreveu para o Bispo Crivella cobrando providências.

Só na UERJ 1
A reitoria da UERJ pagou, semana passada, um baita orangotango. As secretárias do professor Ruy Marques, reitor da universidade, receberam uma ligação de um distinto que se apresentou como oficial do Exército e que iria acompanhar o ministro da Educação numa inspeção ao campus. Foi um fuzuê.

Só na UERJ 2
No dia marcado para a inspeção, o reitor estava todo pimpão, em seu melhor terno, cercado pela alta cúpula dirigente da universidade também em roupas de missa. A tchurma esperou, esperou, esperou...e nada. As secretárias então ligaram para o ministério que informou que não havia nenhuma visita prevista do ministro. Todo mundo foi pra casa trocar de roupa. A história foi a piada da semana na universidade.

Samba do Barroso
Ao que parece virou moda. Na inicial da ação civil pública que o MP elaborou para processar a Petrobras, o Inea e o governo por violações no licenciamento das obras do Comperj, o promotor Tiago Veras, da 2ª Promotoria de Justiça de Itaboraí, mostrou-se inspirado. “Conclui-se que a conduta das rés no licenciamento em tela constituiu ‘uma mistura’ de má condução do licenciamento ambiental, ‘com atraso’ no trato da proteção ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado e ‘pitadas de psciopatia’ ambiental, razão pela qual não resta outro caminho ao MP senão o ajuizamento da presente demanda”. Ao que parece essa desgraça de frase ainda vai terminar em samba enredo.

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LANCE LIVRE

O advogado Daniel Schmitt lança quarta-feira o livro “Condicionantes para Aplicação da Sanção Administrativa de Multa sobre o Infrator Pessoa Física, no Mercado de Seguros Privados Fiscalizado pela SUSEP” na Escola Nacional de Seguros. 

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