Na última segunda-feira, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. O dia celebra a luta por melhores condições de vida e direitos das mulheres negras latinas e caribenhas No próximo domingo, acontecerá a Marcha das Mulheres Negras.
A importância de datas e atividades como estas é cada vez maior, principalmente em um país onde as mulheres negras e não brancas são alvo de processos violentos de exclusão e morte.
Os números são sempre assustadores. Ostentamos vergonhosamente um índice que mostra um avanço de 54% em 10 anos na morte de mulheres negras. Ao passo que a morte violenta de mulheres brancas diminui significativamente, cerca de 9,8,% , dados do Mapa da Violência.
Mas pior do que ter índices como estes é não vê-los diminuir.
Segundo a médica e coordenadora da ONG Criola, Jurema Werneck, as mulheres negras são extremamente penalizadas no mercado de trabalho e, assim, barradas na possibilidade de acesso à riqueza.
Este cenário é fruto do forte racismo institucional presente na sociedade brasileira e que faz com que os avanços necessários no sentido da mudança caminhem vagarosamente.
Por isso, mais do que uma data comemorativa, datas como esta devem ser trazidas à luz para nossa profunda reflexão e esforço na construção de uma maior autonomia na história destas mulheres.
Em um país onde a maioria das mulheres negras e não brancas principalmente, são chefes de família, o impacto é devastador.
* Mônica Santos Francisco - Consultora na ONG ASPLANDE, Colunista no Jornal doBrasil. Coordenadora do Grupo Arteiras