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Restrição à arte nas favelas também é uma forma de violência

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Conversava com um jovem grafiteiro e jornalista, morador de favela, sobre como poderia se fazer muito pela cultura periférica, se para além das dificuldades impostas em diversas áreas na favela, não fosse tão restrito o acesso a financiamento para área.

A capacidade de produção e o volume, mesmo em meio a tantos obstáculos, é grande. A riqueza de ideias e a profusão de talentos é enorme.

Não podemos pensar a violência contra a favela somente no âmbito da segurança pública. A ausência de políticas consistentes e que viabilizem a produção de todas as formas de cultura nas favelas e periferias é tão violência quanto.

Ao nos darmos conta da qualidade do que existe, sem apoio ou com apoios muito pontuais e insuficientes para produzir um efeito impulsionador de fato, isso também é uma maneira, um agir violento e institucionalizado, que pretere os que deviam ou poderiam ser beneficiados(as) com uma ação consistente e políticas sérias.

Os coletivos de mídia, teatro, dança, grafite, fotógrafos(as), hip-hop, audiovisual e tantos(as), seguem resistindo e promovendo sua arte. Uma arte singular; que integra a dor, o prazer, a felicidade e a utopia, necessárias para se manterem criando e oxigenando a luta cotidiana.

*Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel