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Processo de retomada do Rio precisa incluir os mais pobres 

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No dia 2 de outubro, última segunda-feira, participei de uma roda de conversa na Casa de Estudos Urbanos sobre Urbanismo e Direito à Cidade. 

Das palavras ditas na noite, algumas talvez resumam o sentimento do e da carioca: desafio e tristeza. Tainá de Paula, arquiteta e urbanista, em sua fala disse que a cidade está melancólica, em uma alusão ao conceito cunhado por Ermínia Maricato, professora da FAUUSP. 

E talvez estejamos mesmo. Melancólicos, tristes e um pouco perdidos (as). Precisamos retomar o desejo de acessar a cidade e nos sentirmos de fato parte dela. 

A cidade precisa propiciar o encontro e abraçar todas e todos os cidadãos e cidadãs. A questão é que todo o processo de elaboração e produção da cidade a partir das(os)arquitetos e urbanistas sempre foi um processo que não incluiu os mais pobres, ou os pensou para além das habitações populares, ponto de chegada das grandes remoções. 

A cidade precisa ser um mix dos e das que a compõem. Ela não pode ser hostil; para a população negra sobretudo, a circulação na cidade é sempre permeada de concessões. 

O acesso à cidade é fundamental para dar principalmente aos adolescentes e jovens a capacidade de sentir-se parte dela e de, sobretudo, viver plenamente a sua democracia. 

* Colunista, Consultora na ONG Asplande, Pesquisadora e Membro da Rede de Instituições do Borel