Nos anos 1930, começam a se levantar os primeiros barracos na Rocinha. Em 1977, o documentário de Sérgio Péo mostra a Rocinha e seus problemas por dentro das vielas. 2017, a Rocinha segue com os mesmos problemas de sua origem e com violência cada vez maior. São quase 100 anos e vemos o estrago que o poder público causou na Rocinha.
Estamos localizados entre dois bairros nobres da Cidade Maravilhosa e nossas crianças estão impedidas de ir à escola. Enquanto na Gávea e Leblon as crianças passeiam e brincam em seus condomínios, uma mãe chora pela sua filha de 16 anos que foi vítima de bala perdida. O sangue corre pelos becos, as mortes aumentam. Falam que temos que sair daqui, mas pra onde vamos?
O choro mais uma vez voltou a fazer parte de nossos dias.
Ao governo federal e estadual a Rocinha só importou durante o Rock In Rio.
Não podemos mais sair de casa, mas até dentro de casa somos atingidos. O que será da vida dos 200 mil moradores da Rocinha?
Mais uma vez, seguimos sozinhos na esperança da paz
* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade