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Um presidente que compra a própria liberdade escravizando o povo 

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De todos os males e retrocessos causados pela gestão Michel Temer, chegou-se o pior dos atrasos: a volta aos anos anteriores a 1888, quando foi abolida a escravidão no Brasil. O Ministério do Trabalho publicou uma portaria que altera o conceito do que é trabalho escravo, o que vai impedir as fiscalizações e resgates de trabalhadores. Na nova portaria, entende-se que é trabalho escravo é só quando o trabalhador estiver preso a correntes, quando sabemos que a escravidão moderna apresenta diversos outros contextos. 

O Brasil nos últimos anos foi referência no combate ao trabalho escravo. De 1996 a 2016, foram resgatados 52 mil trabalhadores e existem ainda milhares de vítimas da escravidão moderna. Podemos ver que a proposta deste governo é apenas de acabar com os direitos trabalhistas. Tivemos a reforma trabalhista, a precarização da mão de obra, agora a aprovação da escravidão e o desemprego continua em alta. 

A mudança na portaria é uma estratégia de Temer para comprar o apoio da bancada ruralista para enfrentar a denúncia de organização criminosa e obstrução da justiça a ser votada na Câmara. Temos um presidente que faz o povo sangrar para se manter no poder.

Senhores deputados, o preço para manter Temer no poder vai ser muito alto. 

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade