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Como acreditar na Suprema Corte do Brasil?

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Escrevo em diversos artigos desta coluna no Jornal do Brasil o que a justiça brasileira continua provando: a lei só vale para os pobres, negros e favelados. Vemos a desigualdade na justiça que prende gravidas e mulheres de traficantes que fizeram algum desvio, muitas vezes obrigadas, e ao mesmo tempo solta mulher de governador, mulher de deputado, envolvidas em grandes esquemas de corrupção. Vemos o jovem que foi preso com uma garrafa de Pinho Sol e um senador que foi liberado mesmo sendo acusado de desviar dois milhões de reais. 

Você acredita na Suprema Corte do Brasil? Conforme afirma Guzzo, em artigo na revista Veja, essa é uma reposta difícil de ser positiva, uma vez que a Corte que deveria ser guardiã da Constituição, vem usando diferentes considerações em seus julgamentos, dependendo do acusado. Ou mesmo, como Guzzo apresentou, temos onze ministros que se insultam, que julgam casos que deveriam ser isentos por envolvimentos particulares, e até juiz que troca mensagem de whatsapp com acusado. 

Infelizmente, são insuficientes as razões para acreditar em uma justiça que trabalha por interesses próprios e que faz valer da lei apenas para punir os mais pobres e permitir que os corruptos continuem governando o país, livres de punições.

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade