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É preciso encarar de frente as consequências da suposta 'guerra às drogas'

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As mazelas do sistema penal e da política de drogas atual foi o tema principal do encontro que ocorreu esta semana e terminou ontem, em  São Paulo, no Bairro da Luz. 

A Conferência Internacional "Fronteiras Raciais do Genocídio" contou coma presenças de representantes de instituições internacionais como a Human Rights Watch e Law Eforcement Action Partnership, e nacionais como O Geledés e a Ponte Jornalismo, dentre muitas outras.

Durante três dias, os convidados e convidadas da Organização Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas discutiram o tema das drogas em relação a diversas outras violações praticadas pelo Estado. 

Intelectuais negros e negras estão produzindo conhecimento científico tendo como objetos de análise suas histórias e experiências cotidianas, atravessadas pela cultura e pela própria sociedade.  

A narrativa midiática do sujeito(a) negro(a) e os impactos na sua desumanização também foram foco do debate, como as opressões vividas pelas famílias - leia-se mulheres em sua grande maioria - que para além das dificuldades terríveis que encontram ao perderem filhos, companheiros ou pais, sofrem ainda os efeitos psicológicos, sociais e econômicos. 

Ou seja, todas estas questões são vivenciadas cotidianamente por pessoas negras. Se faz urgente a construção de leis que acabem com o superencarceramento e encarem de frente essa questão, a suposta "guerra às drogas", que na verdade se traduz em uma verdadeira guerra aos pobres. 

*Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel