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Rafael Braga e a base escravocrata no manejo das leis

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A negativa do recurso pela absolvição de Rafael Braga pelo TJRJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) só vem confirmar tristemente que a luta pelo fim do racismo, do racismo institucional e do preconceito precisam ser encaradas de frente e tomadas como ponto fundamental para real emancipação de nossa sociedade.

O desafio é enorme, principalmente em nossa sociedade. Sociedade construída sobre bases escravocratas, que ainda  hoje e de modo singular consegue manejar as leis por intermédio de hábeis operadores que reproduzem de maneira atualizada as opressões passadas.

Os dois votos contrários anunciam o quanto essas pessoas traduzem o verdadeiro sentimento das classes média e alta, majoritariamente branca e com um sentimento de vergonha e ressentimento em relação aos negros(as).

Um sem número de casos se amontoam, vidas são desperdiçadas, assim tal como a vida de Rafael. Rafael e sua via crúcis, assim como as estatísticas que dão conta de que para as jovens mulheres negras as chances de serem assassinadas são 2,9 vezes maiores do que as brancas, nos fazem entender que este é um tempo de denunciar o racismo e o racismo institucional. Não podemos deixar de falar e fazer com que fique mais visível e evidente.

A luta pela liberdade de Rafael Braga simboliza a luta pelo fim da tortura, do racismo, do superencarceramento de pretos(as) e pardos(as) e por um país menos desigual.

* Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel