ASSINE
search button

Mesmo defendendo que Brasil jogue coletivamente, Tite concede liberdade criativa a Neymar

Compartilhar

São Petesburgo - Ajustes na equipe após o empate com a Suíça na estreia? Sim. Mas na postura e capacidade de transformar as ações ofensivas do time em gol. Foi com essa mentalidade ofensiva que o técnico  Tite confirmou para a partida contra a Costa Rica, hoje às 9h, em São Petersburgo, o mesmo time que começou a partida de estreia na Rússia. E para dar essa ofensividade maior, o caminho é explorar o talento e a transgressão de Neymar. O camisa 10, na visão do comandante brasileiro, tem uma espécie de liberdade poética para criar e desequilibrar em campo

“Todos os atletas têm responsabilidade de serem coletivos e individuais. Alguns com características específicas. Do Neymar, não vou tirar a característica do transgressor”, avisou Tite, durante a coletiva antes do treino fechado, realizado ontem na Arena Zenit, o estádio da partida.  

Mas não bastará ser ofensivo no entendimento de Tite para quem é preciso “continuar dando poucas oportunidades ao adversário”. O treinador, que pretendia repetir a escalação da estreia, foi surpreendido por um desfalque de última hora: Danilo queixou-se de dores no quadril e Fágner será o titular da lateral direita. 

 Questionado sobre as condições físicas de seu principal jogador, Tite comentou o estado evolutivo do camisa 10 da seleção desde a cirurgia no pé direito. “É preciso um mínimo de cinco jogos para o ser humano estar na sua plenitude. Ele acelerou demais esse processo e vai estar nesse processo evolutivo também”.

Thiago Silva foi o escolhido da vez para usar a braçadeira de capitão. O jogador do Paris Saint-German reforçou que, sendo o capitão ou não, o grupo possui várias lideranças. “Fico bastante tranquilo. É dar o máximo, independentemente de estar com a braçadeira ou não”.

 Tite fez questão de elogiar a maturidade do zagueiro e a forma como buscou recuperar o seu espaço na seleção após o último Mundial: “Se pegássemos todo mundo que foi criticado na última Copa do Mundo, teríamos terra arrasada. E a vida e o futebol não são assim. Coloquei coerentemente que havia uma série de atletas com maturidade suficiente para continuar.  Thiago é um deles”, defendeu o treinador. 

Brasil: Alisson, Fágner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Philippe Coutinho, Willian e Neymar; Gabriel Jesus. 

Costa Rica: Navas; Gamboa, Acosta, González, Duarte e Oviedo; Vengas, Guzmán, Borges e Bryan Ruíz; Ureña. 

Juiz: Björn Kuipers (Holanda)

-----------

Costa Rica começa com letra “C”. Ufa! 

Desde 27 de junho de 2006, o Brasil não vence em Copas uma seleção cujo nome do país não comece com a letra “C”. A vítima foi Gana, derrotada nas oitavas por 3 a 0. Após essa vitória, o Brasil perdeu ou empatou para França, Portugal, Holanda, México, Alemanha e Suíça nas Copas de 2010, 14 e 18. 

----------

Costa Rica tem fé na bola parada

São Petesburgo - Lanterna do Grupo E, a Costa Rica vive um momento complicado, além da derrota na estreia para a  Sérvia e da dificuldade de encarar um adversário como o Brasil. Mensagens anônimas denunciaram clima ruim no grupo, informação categoricamente desmentida pelo técnico Oscar Ramírez e pelo capitão Bryan Ruíz. No entanto, um vídeo em que dois jogadores se estranham durante o treinamento despertou dúvidas sobre o clima de tranquilidade e união na delegação costa-riquenha.

Quanto ao desafio de vencer ou, pelo menos, não perder para o Brasil, Ramírez admite que jogadas de bola parada podem ser uma alternativa, já que foi dessa forma que o time de Tite sofreu cinco de seus gols. “A bola parada pode ser uma arma. Eles também têm que buscar o resultado e podem se desequilibrar, nos dar algumas chances”, arriscou o técnico, cuja cautela na partida contra a Sérvia foi duramente criticada pela imprensa daquele país.

E para parar o poderoso quarteto ofensivo brasileiro, o treinador deposita confiança no experiente goleiro Keylor Navas, de 31 anos, titular do Real Madrid. Outro jogador que atua no futebol espanhol é o meia Celso Borges, do La Coruña. Ele prevê que a ofensividade brasileira pode proporcionar oportunidades de contra-ataque para sua equipe. 

“Eles têm um time muito bom, ofensivo. Se pudermos contra-atacar com eficiência e rapidez, teremos maiores oportunidade na partida e podermos surpreender”, comentou, acrescentando que não é apenas a Costa Rica que tem a necessidade de vencer a partida para seguir adiante no Mundial da Rússia.