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Marília Lamas lança o livro "SãoJorge – a saga do Santo Guerreiro"

Homenagem ao santo reúne informações históricas, culturais,entrevistas inéditas e curiosidades

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No próximo dia 15 de abril, às 19h, um nobre cavaleiro munido de manto vermelho, lança e escudo estará presente na Livraria Argumento do Leblon, mais precisamente nas páginas do livro São Jorge – a saga do Santo Guerreiro, a ser lançado pela Editora Inspira. O primeiro livro da carioca Marília Lamas reúne curiosidades, entrevistas inéditas e informações diversificadas em torno de um dos símbolos mais populares da cultura brasileira. Às vésperas do dia de São Jorge, celebrado em 23 de abril, a escritora aposta: Jorge está mais vivo do que nunca.

Nas palavras da autora, jornalista com especialização em Sociologia Política e Cultura, o brasileiro se identifica com o santo por sua bravura na superação de obstáculos– “matar um dragão (ou um leão por dia, como dizemos) faz do santo guerreiro um símbolo de fé e superação”. Marília lembra que São Jorge vive na alegria do Carnaval, por ser patrono de escolas de samba; no emocionante embate do futebol – patrono do Corinthians; em brasões e bandeiras de diversos países, como Inglaterra, Portugal e até mesmo na Rússia Trotskista. “Vive nas festas populares, que recebem a cada dia mais devotos, e também em ambientes sofisticados, como o Louvre, em Paris, retratado em quadro do pintor Rafael”, completa.

Como a história de São Jorge é contada por meio de lendas, a autora priorizou uma escrita fluida e leve, embasada em fontes como documentários, artigos, livros, entrevistas e reportagens. Uma destas entrevistas foi realizada com o Padre Dirceu Rigo, pároco da Igreja Matriz de São Jorge, do bairro Quintino Bocaiuva, no Rio de Janeiro, que se arrisca num palpite sobre a popularidade do santo: “Ano passado nossa festa de São Jorge bateu recorde de público: reuniu 200 mil pessoas. As pessoas não vêem nele um santo distante, mas um amigo, um conselheiro”.Outra entrevista, realizada com Jorge Ben Jor, ressalta um aspecto pouco abordado na literatura sobre o tema: a devoção católica ao santo. “O meu culto a São Jorge é com a Igreja Católica. Total”,  revela o artista.

Para reconstituir esta “história” contada por diversas vozes, a autora foi beber em fontes como a Legenda Áurea, obra muito popular na Idade Média e até hoje referência nos estudos da religião. Ao longo da narrativa, ficamos sabendo que Jorge nasceu na Capadócia, na Ásia Menor, no ano 280 d.C – mas algumas fontes defendem que ele é natural da Palestina. Era filho de uma família nobre e cristã. Teria sido promovido a capitão do exército romano e, mais tarde, nomeado conde. Durante a perseguição brutal aos cristãos, Jorge teria se recusado a renunciar ao cristianismo e suportado todo tipo de suplício – fogo, grilhões, pedras, navalhas, pregos, veneno. Salvo pela fé, ressuscitou mortos e operou milagres até ser decapitado, em 23 de abril de 303 D.C. O santo tem uma tumba em uma Igreja dedicada a ele, em Israel.

Escrito em estilo jornalístico, o livro passeia pelo cárcere do Império Romano, atravessa a lenda da luta de Jorge contra o dragão e inclui um capítulo dedicado à partida do santo para morada na Lua. Traz curiosidades como uma listagem de 23 músicas – incluindo Lua de São Jorge, de Caetano Veloso – que têm o guerreiro como inspiração. “Nenhum santo foi tão exaltado no cancioneiro brasileiro como São Jorge”, observa a autora.

A obra conta, ainda, com capítulos dedicados ao sincretismo religioso – que aborda a relação entre catolicismo e religiões afro-brasileiras, materializada nas figuras dos orixás Ogum e Oxóssi – aos “devotos famosos” e às orações ao santo. E traz passagens deliciosas sobre a reação de personalidades, como o poeta Mario Quintana, em 1977, à suposta “cassação” ao santo promovida pelo Papa Paulo VI, em 1969. Nas palavras da autora, uma reforma litúrgica declarou opcional o culto aos santos cuja existência não pudesse ser comprovada historicamente. Nada que não pudesse ser esclarecido em 2000, quando o papa João Paulo II reabilitou São Jorge como santo “de máxima importância”.

Marília aposta numa linguagem acessível a curiosos, simpatizantes e devotos do santo guerreiro: “A ideia foi homenagear São Jorge, que representa a força dos brasileiros, com sua persistência, coragem e fé. Também representa a liberdade de culto, por ser querido em várias religiões. A imagem que ficou dele não foi do martírio, mas da vitória contra o dragão, que simboliza a luta do Bem contra o Mal”, conclui. 

Sobre a autora: São Jorge – a saga do Santo Guerreiro é o primeiro livro da carioca Marília Lamas, 25 anos. Jornalista com especialização em Sociologia Política e Cultura pela PUC-Rio, a autora conta que a devoção da família - em especial da avó – pelo santo guerreiro foi uma das inspirações para a escrita do livro.

Serviço:

Lançamento do livro São Jorge – a saga do Santo Guerreiro

Editora Inspira 

Data: quarta-feira, 15 de abril

Horário: 19h

Local: Livraria Argumento – Dias Ferreira, 417, Leblon