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Crítica: A câmera de Claire

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O filme de Hong Sang-soo “A câmera de Claire” utiliza a fotografia revelada e impressa instantaneamente pela Polaroid de Claire (Isabelle Huppert) como expressão de um segundo. Na trama, durante o Festival de Cannes, a jovem coreana Manhee (Kim Minhee), é demitida após ser acusada de desonestidade. A cena acontece num tom passivo por parte dela, e enigmático pelo lado da chefe, sem maiores revelações ou questionamentos sobre o que ocorreu para causar a demissão. Momentos depois, Manhee encontra Claire, uma francesa que está fazendo turismo durante o festival e anda pela cidade fotografando. Ao acaso, Claire vai se conectar a um diretor e à ex-chefe de Manhee que estão juntos no evento.

Para Claire, após o momento capturado, o fotografado já não será a mesma pessoa. O diretor coreano explora em tons pastéis, com seu estilo improvisado e interpretações naturalistas, personalidades que, em meio a um evento gigantesco, parecem não fazer parte dele. Claire não está muito interessada nos filmes e nas festas de Cannes. Ela captura os instantes dos indivíduos e, a partir daí, uma nova atitude.

Assim como na vida, muito não é dito por inteiro. Claire corta pedacinhos de tecido que remetem à sua coleção de imagens. Os registros poderiam contar uma história. Mas só há fragmentos de relações estabelecidas ou rompidas. As evasivas da narrativa sugerem uma superficialidade e o filme não vai mesmo muito além. 

*Membro da ACCRJ

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A CÂMERA DE CLAIRE: ** 

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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