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Faturamento da indústria cresce em fevereiro, mas não evita retração da atividade

Indicador medido pela CNI está 9,6% inferior ao do mesmo mês do ano passado

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O aumento de 1,9% em fevereiro em relação a janeiro não foi suficiente para caracterizar uma recuperação do faturamento real da indústria. Mesmo com a alta, o indicador medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) está 9,6% inferior ao de fevereiro de 2014. A pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira (31), mostra que a contração na atividade industrial se reflete nos índices que medem a utilização da capacidade instalada e as horas trabalhadas na produção - a redução foi de 1,2 ponto percentual e de 0,5%, respectivamente, em relação a janeiro. A indústria operou em fevereiro com 79,7% da capacidade instalada, o nível mais baixo desde fevereiro de 2009.

"Os dois primeiros meses de 2015 sugerem que será um ano de muita dificuldade para o setor industrial. A atividade se encontra em um nível muito baixo. Além do ajuste fiscal em curso, é necessário que o governo sinalize que serão tomadas medidas estruturantes para estimular uma reação do setor industrial", afirma o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

A contração na atividade se converteu em queda nos postos de trabalho. O indicador de emprego diminuiu 0,1% entre fevereiro e janeiro, depois de três meses sem cair. A retração chega a 3,8% em relação ao mesmo mês de 2014. "O emprego apenas reflete o quadro de desaquecimento do setor", completa Castelo Branco.

Mesmo com a redução no emprego, a massa salarial e o rendimento médio, ambos reais, aumentaram 0,4% em relação a janeiro, apesar de se manterem abaixo dos níveis registrados em fevereiro de 2014. A massa salarial real reduziu 4,6% e o rendimento médio real, 0,8% quando se compara com o resultado de fevereiro do ano passado.