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Aldemir Bendine considera justo o preço da gasolina no Brasil

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O preço dos combustíveis praticado atualmente no Brasil foi considerado justo pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Em audiência conjunta das comissões de Infraestrutura e  Assuntos Econômicos do Senado, ele explicou que, à exceção dos Estados Unidos, os valores estão dentro da média do mercado mundial.

"Nossa gasolina não é tão mais cara, quando comparada com unidades de dólar, ao do mercado em geral, como o europeu. Hoje, estamos em condição justa de colocação de preços de derivados e não temos perspectiva de volatilidade em relação a isso", disse.

O presidente da Petrobras acrescentou que, diferentemente do Brasil, que adota um modelo mais estável, os americanos operam num quadro volátil, com preços mudando constantemente nas bombas.

Aldemir Bendine também falou aos senadores sobre os prejuízos anunciados semana passada pela companhia. Ele atribuiu  parte do prejuízo de R$ 21 bilhões à desvalorização cambial e à queda no preço do barril de petróleo.

Segundo ele, o barril chegou a US$ 114 em meados de 2014, caindo para menos de US$ 50 no fim do ano. Para 2015, a empresa trabalha com o barril na casa dos US$ 70 e com o dólar a R$ 3,30.

>> Bendine anuncia esforço da Petrobras para recuperar R$ 6,2 bi da corrupção

Novo plano de negócios é o principal desafio para a Petrobras, diz Bendine

O presidente da Petrobras disse também que deve concluir em 40 dias o novo plano de negócios da estatal. Segundo ele, este é o maior desafio que a empresa tem pela frente. Além disso, Bendine destacou que está em curso uma completa reorganização administrativa da empresa.

“Pretendemos trabalhar muito forte no ponto de vista da governança corporativa da empresa, na mitigação de riscos, para que possamos ter processos decisórios dentro da empresa com muito maior segurança e sem perder agilidade”, avaliou Aldemir Bendine durante audiência conjunta das comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O presidente da petrolífera destacou que depois que assumiu o comando da estatal, em fevereiro deste ano, venceu dois desafios como a apresentação de um balanço crível da companhia relativo a 2014 e a financiabilidade da estatal para este ano.

A participação de Bendine na audiência pública ocorre uma semana após a divulgação do balanço auditado de 2014 que detectou prejuízos de R$ 21,6 bilhões, sendo mais de R$ 6 bilhões somente com a corrupção. Com dívida líquida de R$ 282 bilhões, a Petrobras precisaria operar por cinco anos para quitar todos os seus débitos, de acordo com o balanço. O prazo está acima do ideal para a direção da empresa, que busca baixar para 2,5 anos.

“Esse balanço, naturalmente, é fruto, produto e resultado, nos últimos anos, da coordenação do atual governo na Petrobras. Essa companhia esteve subordinada aos piores padrões de administração e gestão e aos instintos mais selvagens de dilapidação do patrimônio público brasileiro que foi construído ao longo de muitas décadas, inclusive com esforço dos muitos profissionais da Petrobras”, disse o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).