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"É uma mudança importante da Petrobras", diz Pedro Parente

Companhia vai focar em objetivos ligados à segurança e às finanças

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A Petrobras vai ter foco total a partir de agora na área de óleo e gás. O investimento em outras áreas, eventualmente, pode ser feito daqui a cinco anos, destacou a diretoria em coletiva de imprensa nesta terça-feira (20). A segurança e a questão financeira são as duas principais "métricas" do Plano Estratégico e do Plano de Negócios e Gestão anunciados. O presidente Pedro Parente ressaltou que a nova forma com que se pretende lidar com a segurança é o ponto fundamental. 

Pedro Parente e os diretores destacaram a intenção de fortalecer a cultura de segurança, a prevenção contra a corrupção e a implantação do orçamento zero, entre outras questões. São 21 estratégias e 72 iniciativas. "É uma mudança importante da empresa a partir do momento que temos duas métricas", comentou Pedro Parente. "Podemos dizer que a métrica segurança será vista com rigor até maior do que a métrica financeira", completou presidente.

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A proposta da nova gerência é reduzir em 36% a Taxa de Acidentados Registráveis por milhão de homens-hora -- de 2,2 registrado em 2015 para 1,4 até 2018. Do lado financeiro, o projeto é reduzir a alavancagem dívida líquida/EBITDA de 5,3 em 2015 para 2,5 até 2018.

A Petrobras sairá das atividades de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de petróleo liquefeito), produção de fertilizantes e das participações em petroquímica. No segmento de gás, a estratégia é adequar a participação da companhia e, no setor de energia, reorganizar as participações societárias.

Parcerias e desinvestimentos nos próximos dois anos devem somar US$ 19,5 bilhões, por meio de crescentes parcerias na área de Exploração e Produção, além de Refino, Transporte, Logística, Distribuição e Comercialização. 

Para Parente, o programa de parcerias e desinvestimentos deve atrair novos investidores. Ele destacou na coletiva de imprensa que a Petrobras vai passar por dois anos de "preparação", "aperto" e "austeridade" para, em dois anos, "voltar a crescer de forma saudável" nos três anos seguintes. 

A diretoria reforçou que o foco dos investimentos será, principalmente, para a manutenção da infraestrutura existente, para garantir segurança e confiabilidade. 

Na área corporativa, de acordo com eles, a palavra-chave será meritocracia. A diretoria também apontou para o programa de desligamento voluntário. São 9.670 empregados previstos e inscritos para se desligarem da companhia até meados do ano que vem.

Além das dificuldades impostas pelo cenário econômico global e brasileiro, a Petrobras aponta que entre os seus desafios está o marco regulatório do país, citando a política de conteúdo local e a obrigatoriedade de participação no pré-sal, além das disputas judiciais. Pedro Parente salientou que o "governo está trabalhando para este quadro regulatório".