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Ibovespa encerra em baixa de 0,59%, aos 86.383,84 pontos

Dólar alterna sinais com influência externa e fecha em alta de 0,11%

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Diante da queda na maior parte do mercado acionário mundial, o Ibovespa não teve força para seguir a trajetória de alta vista no início do pregão desta terça-feira, 13. Ainda assim, o índice à vista conseguiu se manter nos 86.383,84 pontos (-0,59%).

O setor financeiro influenciou fortemente na baixa de hoje com a desvalorização acima de 1%, uma vez que Itaú Unibanco e Bradesco têm o primeiro e o terceiro maiores pesos na carteira teórica. Além de espelhar o movimento negativo dos pares em Wall Street, bancos como Bradesco e Banco do Brasil tiveram suas notas de crédito rebaixadas pela agência de classificação de risco Fitch Ratings hoje. Ontem à noite, o Itaú Unibanco havia recebido o downgrade, na esteira do rebaixamento do rating soberano de BB para BB-, em 23 de fevereiro.

Para Shin Lai, analista da Upside Investor Research, a revisão do rating perpassou por todos os bancos brasileiros e, juntamente com as seguradoras, pesou sobre o índice Bovespa. Itaú Unibanco PN fechou em queda de 0,81%, Bradesco PN recuou 1,44%, Banco do Brasil ON perdeu 1,29% e as units do Santander desvalorizaram 1,40%.

Também os contratos futuros de petróleo no mercado internacional operaram novamente em queda e as ações da Petrobras perderam valor - queda de 0,96% (ON) e de 0,99% (PN). 

Os mercados acionários no exterior reagiram à nova troca na administração do presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Uma semana após o então assessor econômico Gary Cohn ter deixado o governo, hoje foi a vez do secretário de Estado, Rex Tillerson.

Por aqui, Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, diz que influenciou o humor do mercado na segunda parte do pregão o enfrentamento do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso. 

As questões políticas se sobrepuseram aos dados econômicos favoráveis tanto dos EUA quanto do Brasil. Por lá, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro em desaceleração ante janeiro na série com ajustes sazonais e no núcleo do indicador de inflação. Por aqui, as vendas no varejo em janeiro cresceram 0,9% contra dezembro e 3,2% ante janeiro de 2017.

Dólar

O dólar alternou pequenas altas e baixas ao longo de toda a sessão de negócios desta terça-feira, 13, tendo o cenário internacional como principal referência. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,2615 no mercado à vista, em alta de 0,11%. Profissionais de câmbio afirmam que o mercado vem trabalhando em compasso de espera e, enquanto aguarda a reunião do Federal Reserve, na próxima semana, responde a variáveis menores, que possam sinalizar qual será o tom da política monetária dos Estados Unidos. 

Nesse contexto, a principal notícia do dia foi o resultado da inflação no varejo americano (o CPI), divulgado pela manhã, que em linhas gerais foi bem recebido pelo mercado local, reforçando a expectativa de gradualismo na política monetária do Fed. "O mercado tem sido pequeno, em função da expectativa por números dos Estados Unidos que possam antecipar qual será a linha do Fed Passada a divulgação da inflação no varejo, hoje pela manhã, as expectativas já se voltaram à inflação no atacado, amanhã", disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora. 

Os números do Departamento do Trabalho norte-americano apontaram alta de 0,2% do CPI em fevereiro, na margem, mostrando desaceleração em relação à alta mensal de janeiro (+0,5%). Na comparação anual, o CPI subiu 2,2%, abaixo da previsão de alta de 2,3%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, desacelerou para 0,2%, de 0,3% em janeiro. Na comparação anual, houve alta de 1,8%, abaixo da previsão de 1,9%.

Ainda no cenário norte-americano, a demissão do secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, abriu espaço para desconforto e alguma volatilidade nos ativos. Esta foi a segunda baixa no governo Donald Trump em poucos dias. Na semana passada, Gary Cohn, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, renunciou ao cargo. As demissões ocorrem no momento em que Trump se inclina a medidas protecionistas, como a sobretaxação da importação do aço e do alumínio.

Na última hora de negócios, as bolsas de Nova York aprofundaram as quedas e o dólar se fortaleceu ante moedas de países emergentes, com temores de que a saída de Tillerson aumente as chances de um guerra comercial entre EUA e China. Na segunda-feira (12), o presidente Donald Trump impediu a aquisição da fabricante de chips americana Qualcomm pela gigante chinesa Broadcom. A notícia, somada à saída de Tillerson, aumentou os temores sobre medidas protecionistas nos EUA. A maior aversão ao risco no final dos negócios levou o dólar à vista à máxima intraday, de R$ 3,2655 (+0,24%).

Fonte: Estadão Conteúdo