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Com IPCA-15 acomodado, juros encerram em queda e ignoram dólar a R$ 3,41

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Os juros futuros encerraram a sessão regular desta sexta-feira, 20, em queda, sobretudo nos vencimentos intermediários. O principal condutor dos negócios foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de abril (0,21%), que ficou abaixo da mediana (0,25%) das projeções do mercado financeiro. O saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em março, ainda que positivo e dentro das estimativas, confirmou a tese de que a recuperação econômica transcorre muito lentamente, o que permite mais uma redução na Selic. A maioria dos economistas espera um último corte na taxa básica na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom).

Perto do encerramento da negociação regular dos contratos de Depósito Interfinanceiro, houve uma reaceleração global da alta do dólar - inclusive ante a moeda brasileira. O fortalecimento da divisa dos EUA perante o real, entretanto, não foi relevante a ponto de mudar a tendência dos DIs. Apenas os vencimentos mais longos, como os contratos para janeiro de 2025 e 2027, mudaram o sentido visto ao longo do dia e fecharam 0,01 ponto porcentual para cima. Perto das 16h30, o dólar aproximou-se da máxima intraday aos R$ 3,4195.

Nesse contexto, o DI para janeiro de 2019 encerrou a sessão regular a 6,215% ante 6,239% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2020 fechou a 6,89% ante 6,941% na quinta-feira. O vencimento para janeiro de 2021 fechou a 7,87% ante 7,912% no ajuste anterior. Já o DI para janeiro de 2023 encerrou a 9,07% ante 9,072% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 fechou a 9,61% ante 9,602% no ajuste da quinta-feira.

Perto das 16 horas, os juros dos Treasuries bateram máximas, ainda na esteira do entendimento de que pode prevalecer a tendência mais "hawkish" (mais rígida) entre os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Todos os dirigentes do Fed que discursaram nesta sexta reforçaram a visão de que a economia está se acelerando, o que os investidores entenderam como uma sinalização da necessidade de juros mais altos no futuro.

Ainda sobre a inflação, vale observar que o IPCA-15 de abril (0,21%) "surpreendeu novamente para baixo", como escreveram os analistas do Bradesco. "A abertura continuou indicando núcleos de inflação comportados, com alta anualizada de 2,1% nos últimos seis meses depois de descontado os efeitos sazonais."