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Juros fecham em alta, mas longe das máximas da sessão

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Os juros futuros desaceleraram o ímpeto de alta nesta quinta-feira, 7, mas, ainda assim fecharam em níveis bastante acima dos ajustes anteriores, num dia marcado por alta volatilidade nas taxas. O arrefecimento se deu em meio à redução do avanço do dólar, que voltou a ficar mais perto dos R$ 3,90 do que dos R$ 4. A crise de confiança do mercado em relação ao governo e o temor com o cenário eleitoral seguiram como principais panos de fundo nos negócios locais, na medida em que vai se fortalecendo a aposta na vitória de um candidato não-alinhado à pauta reformista para presidente.

No fechamento da sessão regular, a taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 7,585%, de 6,979% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 8,84%, de 8,06% no ajuste de quarta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,23% para 9,79% e a do DI para janeiro de 2023, de 11,11% para 11,32%. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a 12,06%, de 11,97%.

As taxas já subiam pela manhã, na medida em que o dólar rompia os R$ 3,90, mesmo com a atuação conjunta do Banco Central e Tesouro para conter a volatilidade. O BC realizou, de maneira extraordinária, operação compromissada com prazo de 9 meses e o Tesouro, leilões extraordinários de compra e venda de NTN-F, que são papéis prefixados de prazo mais longo.

Depois dos leilões, as taxas longas dos DIs arrefeceram o ritmo, mas, ao contrário, as curtas e intermediárias ampliaram a alta para travar nos limites máximos de oscilação. Depois de os juros ficarem paradas por mais de uma hora nos limites, a B3 alterou tais valores e os negócios foram retomados.

"O mercado reabriu, mais ainda está bastante estressado. Dentro do que acontece hoje, tem questão técnica importante influenciando, na medida em que o mercado se desloca rapidamente. Isso ficou hoje bem caracterizado, porque não houve notícia que tenha desencadeado esse movimento", explicou o economista-chefe da Guide Investimentos, João Rosal, citando movimentos de stop loss de grandes players.

A curva de juros já precifica 100% de chance de alta da Selic em junho. Segundo o economista-sênior do Haitong Banco de Investimentos, pouco antes das 16 horas, os DIs mostravam 32% de chance de uma elevação de 0,75 ponto porcentual e 68% de possibilidade de alta de 0,50 ponto. Mas, vale ressaltar, esse é um efeito da forte zeragem de posições nos últimos dias, que distorce bastante o nível das taxas, e não apostas firmes de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vá fazer isso na reunião dos dias 19 e 20.