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Dólar cai 0,46% ante o real em dia de alta da moeda no exterior

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Na contramão do movimento de alta que predominou no mercado internacional, o dólar firmou-se em baixa ante o real nesta terça-feira, 17, marcada pela liquidez reduzida nos mercados futuro e à vista. Depois de ter enfrentado alguma instabilidade pela manhã, a moeda americana consolidou o viés negativo à tarde e fechou aos R$ 3,8450, em baixa de 0,46%. Os negócios no mercado à vista somaram US$ 443 milhões e, no futuro, US$ 12,9 bilhões.

O principal evento do dia foi a sabatina do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Comitê Bancário do Senado americano, que se encerrou por volta das 13h. Powell disse que a economia americana está crescendo a um ritmo rápido suficiente para justificar que a trajetória gradual de aumentos nas taxas de juros fortaleceu o dólar. As interpretações sobre a fala do presidente do BC dos EUA foram diversas no mercado internacional e serviram tanto para sustentar a alta das bolsas como a alta do dólar ante a maioria das moedas, fortes ou emergentes.

Por aqui, as cotações alternaram altas e baixas até o início da tarde, mas ingressaram definitivamente no terreno negativo após as 14h. Profissionais do mercado apontaram um movimento de desmontagem de posições compradas no mercado futuro como principal motivo para a queda. Mas houve também quem tenha percebido fluxo de recursos para o mercado de ações, em um dia em que o Índice Bovespa, impulsionado pelas bolsas de Nova York, chegou a subir mais de 2% ao longo do pregão.

"Mais cedo, havia cautela com a sabatina de Powell e com qualquer outra notícia relacionada aos Estados Unidos. Mas, na ausência de fato novo, o mercado primeiro se acomodou, e depois passou a sinalizar uma desmontagem de posições", disse José Carlos Amado, operador da Spinelli Corretora.

Para Alessandro Faganello, operador da Advanced Corretora, a queda do dólar hoje pode ser vista como um evento pontual, dadas as indefinições que seguem no cenário. Para ele, o discurso de Jerome Powell não trouxe novidade no que diz respeito à defesa do gradualismo na política monetária. Apesar da resposta positiva das bolsas ao discurso dele, as taxas futuras dos Fed funds mostraram um aumento nas apostas de que o Fed promoverá quatro altas de juros este ano. Ontem, esse porcentual era 60,8% e hoje passou para 64,9%.

Para diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, a trégua no noticiário doméstico e a desvalorização recente dos ativos brasileiros motivaram a reversão na Bolsa, o que trouxe fluxo de divisas ao País e provocou a queda mais intensa do dólar ao longo da tarde. No entanto, ele também acredita que se trata de um movimento de curto prazo.