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Eliminação da Itália domina debate político no país

Candidatos a primeiro-ministro discutiram por causa de vexame

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A eliminação da Itália perante a Suécia na repescagem europeia para a Copa do Mundo de 2018 dominou o debate político no país da bota nesta terça-feira (14), com um bate-boca virtual entre dois candidatos a primeiro-ministro nas eleições do ano que vem.

A polêmica começou ainda na segunda (13), pouco depois do empate por 0 a 0 em Milão, quando Matteo Salvini, secretário do partido ultranacionalista Liga Norte, escreveu no Twitter que a culpa do resultado era do excesso de "estrangeiros" no futebol italiano.

"Chega de invasão, e mais espaço aos jovens italianos, inclusive nos campos de futebol", disse Salvini, torcedor do Milan, na rede de microblogs. A resposta veio do ex-premier Matteo Renzi, secretário do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), em um texto postado no Facebook na manhã desta terça.

"Outros líderes políticos se atiraram como chacais sobre esse episódio, a começar por Salvini, que culpou a imigração. Quem conhece futebol sabe que os argumentos de Salvini são ridículos: os estrangeiros estão na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, em todo lugar, e muitos de nós ainda têm na memória a imagem da França multiétnica campeã do mundo em 1998", escreveu Renzi, fanático pela Fiorentina.

Os dois "Matteos" serão candidatos a primeiro-ministro nas eleições legislativas previstas para março de 2018, que se desenham bastante acirradas. Por conta disso, um tema quente como a eliminação da seleção italiana, em um país apaixonado por futebol, foi levado para o centro do debate político.

O ministro dos Esportes da Itália, Luca Lotti, aliado de Renzi, também marcou posição e afirmou que o futebol na nação da bota precisa ser "refundado". "É o momento de tomar decisões que não se teve coragem de tomar nos últimos anos", declarou.