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Surfistas encaram neve ao norte do círculo polar ártico

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A água está a 4º e o ar a -15º. A princípio não é o plano ideal para cavalgar nas ondas com uma prancha de surfe, exceto em Lofoten, ilhas do norte da Noruega, onde se surfa em pleno inverno.

Christina Kolbu e sua amiga, Solmoy Austbo, ambas estudantes, saíram de Stavanger (sudoeste) e viajaram durante três dias em uma caminhonete que também lhes serve de hotel e que agora estacionam na praia de Unstad. 

Ao sair da água, caem grandes flocos de neve e é aí, segundo a opinião geral, que faz frio, muito frio.

"Prefiro surfar em água fria, por isso vim aqui", explica Unn Holgersen, veterinária de 32 anos instalada há um ano em Svolvaer. "Adoro essa sensação de sair do oceano e morrer de frio e ter que colocar os pés em um balde de água quente e me trocar rapidamente", diz.

"Além disso temos dias límpidos, não há muita gente e o cenário é bonito, é o pacote completo".

O lugar é especialmente espetacular: um amplo horizonte aberto e uma sucessão de cumes nevados que afundam na água a cada lado da praia.

O lugar, um pouco ao norte do círculo polar ártico, se situa na mesma latitude que o norte da Sibéria e do Alasca. Mas é possível se banhar nas suas águas durante o ano todo graças à influência da Corrente do Golfo, um fluxo oceânico quente que cruza o Atlântico a partir do Caribe e toca o litoral norueguês.

"As ondas são melhores no inverno, são ondas de qualidade, normalmente são maiores e consistentes", explica Lisa Blom, de 38 anos e gerente de um hotel a uma hora de estrada. A vantagem no verão é a luz permanente, pode-se surfar a qualquer hora.

"Em 24 horas é possível viver todo tipo de experiências extraordinárias: fazer snowboard de manhã, surfar à tarde e admirar a aurora boreal à noite", explica Tommy Olsen, chefe do clube de surfe de Unstad.