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Endurecia sem perder a ternura... 

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Sou fã do Abelão. Conheço-o desde os tempos em que fazia parte da “Barreira do Inferno”, zaga de respeito do Vasco, formada por Orlando Lelé, Abel, Geraldo e Marco Antônio. O único que não batia “da medalhinha pra baixo” era o lateral-esquerdo. Com essa defesa, o cruz-maltino travou duelos memoráveis com o Flamengo de Zico, no final dos anos 70. Sob a batuta do “titio” Orlando Fantoni, fez uma campanha fantástica, no título carioca de 77. A equipe base era Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto e Ramon. Timaço. 

Abel Braga já seria um dos temas da coluna de hoje, por conta da inesperada derrota do seu Fluminense para o Avaí. A ótima entrevista que deu ontem, para meu amigo André Rizek, no novo (e excelente) Seleção SporTV, apenas mudou o rumo da prosa. Isso porque, falando de seus tempos de jogador, o atual técnico tricolor clamou por um testemunho de Zico, para rebater a fama de violento que tinha quando jogava. 

Antes que o maior jogador da história do Flamengo alivie a barra dele (são grandes amigos), não resisto a contar uma história de ambos, que vivi de perto, em meus tempos de repórter. O ano era exatamente o de 1977 e Flamengo e Vasco jogariam pelo segundo turno. Os vascaínos já tinham vencido o primeiro turno e o chamado “clássico dos milhões” do returno seria decisivo na luta entre os dois clubes mais populares do Rio. No sábado, véspera do jogo, em São Januário, a “Barreira do Inferno” provocava, em entrevistas: 

- Aqui na nossa zaga ninguém vai se criar. É bom o Zico ir jogar lá atrás, armando – disparou Abel, com um sorriso maroto no rosto. 

No domingo, quando o ônibus do Fla chegou ao Maracanã, os repórteres de rádio foram logo em cima do Zico. 

- Você viu o que o Abel falou? Disse que vai baixar o pau e que é bom você ficar armando lá no meio-campo. 

O craque rubro-negro apenas sorriu e nem quis polemizar: 

- Abel é meu amigo, sabe jogar e não fará nada disso. 

Rolou a bola e, na primeira dividida entre os dois, saiu faísca e o dez da Gávea levou uma tremenda botinada... Deixou o campo, na maca, foi atendido pelos médicos e voltou manquitolando. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, nem sequer pode descalçar a chuteira – se a tirasse, não conseguiria calçá-la de novo, tamanho o inchaço do tornozelo. 

Após a partida (0 a 0), no vestiário do Vasco, contei ao Abel a entrevista do Galo, ao chegar ao Maraca: 

- Ele disse que tinha certeza que você não ia apelar... 

O zagueirão ficou vermelho e, com um sorriso sem jeito no rosto, despediu-se rapidamente: 

- Disse isso, mesmo? Poxa, vou lá falar com ele, pedir desculpas. Não entrei com maldade. Só com firmeza... 

Verdade. Abelão nunca foi desleal. Mas suas entradas “firmes” não eram mole, não...

Bolinha murcha 

O que o Vasco (não) jogou na quinta-feira é preocupante. Ainda mais quando se lembra do grupo no qual está na Copa Libertadores...

Parabéns, Zico 

Hoje é Natal para a Nação Rubro-Negra. O messias faz 65 anos. Felicidades, Galo! E obrigado por tudo que pude acompanhar de perto, como repórter setorista do inesquecível e inigualável Flamengo tricampeão brasileiro (80, 82 3 83) e campeão da Libertadores e do Mundo (1981).

De novo? 

Testes de inverno nem sempre traduzem fielmente o que virá a ser a temporada. Mas, quando a neve deu uma trégua, o que se viu em Barcelona, foi mais um show de Lewis Hamilton e da Mercedes. Estará pintando o pentacampeonato? Se ele vier este ano, não duvido que a marca de Michael Schumacher (sete títulos mundiais) ainda possa ser, em breve, alcançada pelo inglês. Gosto muito de Lewis e adoraria vê-lo batendo todos os recordes. Mas pelo bem da Fórmula-1 seria bom que nesta temporada as Ferrari e as Red Bull pudessem andar mais perto dele. É extremamente tedioso ver corridas com um carro muito melhor que os demais.

Enlouqueceram? 

Diego Alves está nitidamente sem ritmo de jogo e pensam em escalar o Júlio César, hoje, contra o Botafogo? Depois reclamam quando digo que a “inteligência” do Flamengo é burra...