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A hora é dos garotos do Fla

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Uma análise objetiva da atuação do Flamengo, em Guaiaquil, merece mais elogios do que críticas. É verdade que, não fosse a fulgurante entrada de Vinícius Jr., o rubro-negro poderia ter sido derrotado. Mas, não fosse também a catastrófica atuação de Henrique Dourado, o Fla poderia ter vencido o Emelec até com certa facilidade.

O atrapalhado centroavante teve, no mínimo, quatro excelentes oportunidades para marcar e desperdiçou uma após a outra! E ainda houve o pênalti escandaloso à favor dos cariocas, não marcado pelo juiz. Aí, quem sabe, Dourado marcaria...

De uma maneira geral, o Mais Querido dominou a partida na “Caldera” do adversário. Sofreu uma rápida pressão no início, mas logo se acalmou e passou a ter, inclusive, maior posse de bola, quase sempre no campo do rival. Faltava poder de definição – carência eterna de um elenco no qual até mesmo o camisa nove supenso, Paolo Guerrero, não é exatamente um exemplo de goleador.

Desde Zé Ricardo, passando por Rueda e chegando a Carpegiani, o Flamengo tem como característica tocar, tocar e tocar a bola, mas na hora de balançar a rede dos rivais é um sacrifício colossal. São raros os chutes certeiros e alguns não passam de meros petelecos. Vinícius Jr. é a antítese desse estilo “arame liso”, que cerca mas não machuca ninguém. Até mesmo quando não brilha, o moleque abusado arrisca e, lembrando aquele velho chavão, quem não arrisca, não petisca.

Ele ainda não é um craque (longe disso) e, certamente, alternará momentos de brilho, como no Equador, com atuações apagadas, como nas derrotas para o Fluminense e para o Macaé. Mas tem que jogar. E ser titular absoluto. No lugar de um dos dois Évertons.

Acho que Carpegiani deveria também começar a usar bem mais a outra joia das divisões de base, o centroavante Lincoln. Duvido que ele perdesse os quatro gols feitos que o “Ceifador de Oportunidades” perdeu anteontem. Vizeu já está com a cabeça longe e, convenhamos, nunca foi brilhante.

A hora é dos garotos. Com Vinícius e Lincoln, quem sabe, esse Flamengo embala. Por enquanto, ainda vai aos trancos e barrancos, dependendo de momentos especiais e isolados de um ou outro jogador.

Coragem, Carpegiani!

Os melhores e os piores 

Além de Vinícius Jr., destaque absoluto e craque do jogo, pode-se dizer que um dos melhores do Fla foi Jonas. Eu ainda não o efetivaria no lugar de Cuellar – que é mais técnico e mais equilibrado. Mas Carpegiani parece pensar diferente. Gostei de Diego e de Éverton Ribeiro, apesar da dificuldade que ambos continuam a ter para chutar com eficiência. E, apesar do gol, tiveram atuações positivas Diego Alves, Rodolpho e Juan.  Mal mesmo, só jogaram Henrique Dourado e Renê. Como é ruim esse lateral! Versão bizarra do Pará, na esquerda. Cadê o Trauco? Mil vezes melhor!

Amarelo na postura 

Lucas Paquetá, como de hábito, esteve bem. Mas se mostrou pilhado e fominha demais. Levou cartão amarelo por uma falta sem sentido, na lateral do campo e continuou discutindo com o juiz, correndo risco de ser expulso. Além disso, deixou de passar uma bola limpa para Diego, que estava livre, dentro da área, optando por um chute inútil. Pior, ainda acabou batendo boca com o camisa 10. Não é por aí, garoto...

Merecem sofrer 

Trinta e sete dos quarenta clubes do colégio eleitoral da CBF bancaram as vaquinhas de presépio e assinaram apoio à candidatura única de Rogério Caboclo, o apaniguado de Marco Polo del Nero nas próximas eleições da CBF. As exceções foram Flamengo, Corinthians e Atlético Paranaense.

Melhor pagar 

Amigo advogado já me alertara que o caso de Gustavo Scarpa contra o Fluminense era frágil e que a tendência era que a liminar fosse cassada e o Palmeiras tivesse que negociar com o tricolor um valor pela sua liberação. Acertou na mosca.

E se? 

Caminhando na praia de Ipanema, encontro o Bagá ensandecido de alegria com os dois golaços de Vinícius Jr. Assim que me vê, o sacrossanto crioulo abre aquele sorrisão de poucos dentes e muita gengiva e dispara a pergunta cheia de veneno:

- Chefia, vai que Vinícius Jr. vira titular e arrebenta nos próximos meses. Como é que fica, Tite? Vai preferir o Talisca?