ASSINE
search button

No último minuto, só com fratura

Compartilhar

Devia valer a máxima da pelada: pênalti no último minuto só em caso de fratura exposta. O que o juiz inglês Michael Oliver fez com a Juventus, ontem, no Santiago Bernabéu, foi uma baita covardia. O lance é pra lá de polêmico, extremamente duvidoso. Eu não achei falta. Zico, que comentava a partida no Esporte Interativo, também não. Arnaldo César Coelho, na Rede Globo, depois de ver 200 replays, entendeu que houve “carga” de Benatia nas costas de Lucas Vasquez e, timidamente, deu razão ao árbitro. Mas não o defendeu com muita convicção. E está aí a questão. Sem certeza absoluta, não dá para decidir assim uma classificação para as semifinais da Liga dos Campeões – o torneio de clubes mais importante do mundo.

Numa rodada cheia de viradas improváveis, a Juve, com louvor, também conseguiu a sua nos 90 minutos. Chegou aos 3 a 0, que precisava para levar a decisão para a prorrogação e calou a torcida do Real Madrid em seu próprio estádio. Para o tempo extra, guardava ainda duas substituições, enquanto os merengues já tinham gastado todas as suas. Panorama extremamente favorável, ainda mais num dia em que Cristiano Ronaldo (tal qual Lionel Messi, na véspera, em Roma) mal via a bola.

Aí, o juizão resolveu intervir e marcou a controversa penalidade máxima, provocando a revolta de Buffon, que ainda foi expulso, antes da cobrança. Um crime. Por causa dele, torço agora para qualquer um dos outros três semifinalistas levantem o caneco: Bayern de Munique, Liverpool e Roma. Depois dessa lambança, o Real Madrid não merece mais esse título.

Previsões e estatísticas 

Guto Graça, velho colaborador das minhas colunas nos tempos do Globo, reaparece aqui no JB me enviando um e-mail de um amigo estatístico apaixonado por futebol. Nos últimos cinco anos, Altino (esse seu amigo) vem fazendo previsões bem-sucedidas, baseado em indicadores próprios. O primeiro baseia-se na experiência, e leva em consideração o número de jogos disputados na Série A do Brasileirão por cada jogador, chegando-se a uma média em cada elenco. O segundo refere-se à artilharia, a partir do número de gols marcados também na Série A pelos jogadores, chegando-se também a uma média do elenco de cada equipe.

Com base nisso, o estudo aponta:

Briga pelo título: Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e Corinthians

Briga por vaga na Libertadores: Flamengo, Vasco, Inter, Atlético-MG e América-MG

Briga Por Sul Americana: São Paulo, Santos, Chapecoense, Atlético-PR e Vitória

Briga para não cair: Bahia, Fluminense, Botafogo, Ceará e Paraná

Mais variáveis 

O estatístico diz ainda que está começando a testar a inclusão de um terceiro item, que seria um calibrador, levando em conta o número de jogadores que já foram campeões brasileiros em cada elenco. E ressalta:

- É claro que a janela do meio do ano, com chegada de reforços e venda de jogadores, tem alguma interferência nas equipes e costumo fazer uma nova montagem destes indicadores após o fechamento da janela.

A conferir.

Pé esquerdo 

Leio que o treinador interino Maurício Barbieri decidiu fazer mudanças no time titular do Flamengo e vai efetivar, novamente, Pará, na lateral-direita, e Arão, no meio-campo. Exatamente duas das gigantescas lambanças que Paulo César Carpegiani fez, na derrota para o Botafogo, que acabou sendo determinante para a sua queda. Se esse é o “inovador”, todos aos botes!

De saída 

Diego Souza não se acertou com o Vasco, mas já decidiu: sairá mesmo do São Paulo. É uma pena que as finanças cruzmaltinas estejam tão combalidas pela desastrosa administração do ex-deputado. Ele seria um reforço e tanto. O Vasco precisa de pelo menos uns três bons jogadores para encarar o Brasileirão sem sustos.

Sem rumo 

A jogadora transexual Tiff any renovou contrato com o Bauru para disputar a próxima temporada do vôlei feminino, mas já fala também em se lançar na política. Filiou-se ao MDB, do presidente Temer. Isso é que eu chamo não saber o que quer da vida.

‘Brujas’ de Alonso 

Desde que retornou a McLaren, o espanhol Fernando Alonso se queixa de tudo. Ora do chassis, ora do motor, ora dos mecânicos, ora de todas as coisas juntas. Não deixa de ter certa razão pois depois que saiu da Ferrari não dirigiu mais nenhum carro que lhe permitisse brigar pelas vitórias e usar todo o talento que Deus lhe deu.

Este ano, entretanto, o espanhol estava otimista. Afinal, após conturbada convivência, conseguira se livrar dos motores Honda, que foram tão dominantes nos tempos de Senna, Prost, Piquet e Mansell, mas se mostravam um retumbante fracasso no retorno à F-1, neste novo século.

Ironia do destino, não é que, agora equipando a Toro Rosso, os propulsores japoneses começam a colocar as manguinhas de fora e demonstrar seu valor? Vou dar gargalhadas se os Honda engolirem os Renault (que equipam atualmente a McLaren de Alonso). Pelo visto, as “brujas” das pistas resolveram perseguir o Dick Vigarista das pistas.