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Empate ridículo no Maracanã vazio

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O Flamengo até começou bem o jogo contra o Santa Fé. Criou (e desperdiçou) diversas oportunidades e abriu o placar, com um gol de cabeça de Henrique Dourado, após cobrança de córner. Uma bobeada de Diego, numa saída de bola, entretanto, permitiu que o Santa Fé empatasse, no primeiro chute a gol que deu. E, a partir daí, acabou-se o que era doce. 

Éverton Ribeiro sumiu, Henrique Dourado voltou a se fantasiar de cone, Diego de enceradeira, Vinícius Jr. de Negueba e um Paquetá sozinho não faz verão. E tome de bola pra trás, pro lado e cruzamento alto sobre a área. Pra nada, claro. Será que o juvenil que dirige o time não poderia, ao menos, proibir a obsessão doentia e inútil pelo chuveirinho? Entra técnico, sai técnico, nada muda! O Fla de Bandeira de Mello continua a se portar como um burocrático bancário e a não jogar bulhufas. Lamentável!

Alívio e esperança 

A primeira rodada do Brasileiro trouxe um certo alívio e até uma ponta de esperança para os torcedores cariocas. A única derrota foi a do Fluminense, para o atual campeão, Corinthians, e o jogo foi bem parelho – com um pouco de sorte, o tricolor teria trazido, pelo menos, um empate do Itaquerão. É óbvio que muita água ainda rolará por debaixo dessa ponte mas, ao menos nesses jogos iniciais, ficou a impressão de que o temido abismo técnico entre as equipes do Rio e as mais fortes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul pode não ser assim tão gigantesco. 

De qualquer forma, não deixará de ser surpreendente se virmos os quatro times do Rio brigando entre os dez primeiros, por vagas na Libertadores. Tudo dependerá, a partir de agora, da regularidade de seus elencos - e aí reside um justificado ponto de dúvida e apreensão. A pessimista previsão da luta de alguns contra o rebaixamento arrefeceu após os compromissos iniciais. Tomara que continue assim nas próximas rodadas. Mas, confesso, ainda tenho minhas dúvidas e prefiro esperar as 10 primeiras rodadas para, enfim, respirar aliviado.

Estranha obsessão  

Não entendo essa insistência do Fluminense na contratação de Kleber. Com problemas nos joelhos e em franca decadência técnica, creio que o Gladiador trará mais problemas que soluções e ainda impedirá o desenvolvimento do jovem Pedro, que nas Laranjeiras sempre foi visto como o sucessor natural de Fred. Abel parece estar procurando sarna pra se coçar. Afinal, ele é o maior entusiasta da vinda do veterano atacante do Coritiba que, diga-se de passagem, está louco pra se livrar dele.

Hora da verdade 

O jogo de hoje, contra o Racing, em Avellaneda, pode ser um divisor de águas para o Vasco. Com apenas um ponto, no grupo da morte, se perder e a Universidad do Chile derrotar o Cruzeiro, no estádio Nacional, em Santiago, os dois brasileiros estarão virtualmente eliminados, após apenas três partidas. Se ambos vencerem, o grupo embola de novo. Tradicionalmente afeito à ocupação do campo adversário, através do toque de bola, não creio que Zé Ricardo mude a forma de atuar, para explorar os contra-ataques, embora jogando no campo do rival. E pelo que se viu na vitória dos argentinos sobre o Cruzeiro, o Racing também gosta da posse de bola e do jogo franco. O duelo tem tudo para ser interessante. Mas é bom preparar uma marcação especial para Lautaro Martinez – que aparece como forte candidato a melhor jogador da competição.

Óbvio ululante 

Cláudio Ornellas me envia e-mail lembrando: “Todos os donos de cadeiras cativas no Maracanã que colocaram ações na Justiça contra o governo do Estado, relativas à expropriação nos eventos, estão ganhando. E o dinheiro começou a sair. Se a gente estimar, conservadoramente, em 20 mil reais por cabeça, falamos aí em muitos milhões. Privatiza-se o lucro (Fifa/cambistas e COI), estatiza-se o prejuízo. E não foi por falta de aviso, inclusive seu”.

Duelo à vista? 

Novak Djokovic precisou de 10 match-points para derrotar o croata Borna Coric, em dois sets duríssimos, e classificar-se para a terceira rodada do Masters 1000 de Monte Carlo. Agora, enfrentará Dominic Th iem, a quem já derrotou cinco vezes, mas perdeu no último confronto, em Roland Garros, no ano passado. Se vencer, deverá enfrentar Rafael Nadal, que estreou voando contra o esloveno Aljaz Bedene. Uma vitória sobre o Miúra, no saibro, pode ser tudo que Nole precisa, para recuperar a confiança e voltar a jogar em alto nível. Mas, pelo que os dois estão jogando, seria uma autêntica zebra.

King James 

Lebron fez um partidaço (marcou 46 pontos) e ajudou o Cavaliers a empatar a série com o Indiana Pacers, por apertados 100 a 97. Tomara que eu esteja enganado, mas começo a achar que, apesar da forma excepcional de “King James”, ele corre sério risco de não chegar à grande final, como fez nos últimos sete anos, ganhando três títulos.

Nos braços do torcedor 

O treino do Flamengo que lotou o Maracanã aponta um caminho extremamente saudável: o do reencontro com a torcida. Seria de bom tom que os clubes passassem a abrir os seus treinos de véspera de jogo, que não passam de meros recreativos, para rachões etc. Claro que não se poderá usar o Maraca para tudo. Mas mesmo na Gávea, nas Laranjeiras, em General Severiano (ou no Nílton Santos) e em São Januário isso poderia ser feito, em menor escala. Por que não?