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Após liminar que defende a cura para homossexualidade, famosos se pronunciam

A sentença retrógrada e homofóbica foi tema de postagens nas redes sociais de diversas celebs

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Lá em 1999, o tratamento da "cura gay" foi proibido. Agora, em pleno 2017, lamentavelmente o assunto volta a ganhar os noticiários. É que o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, concedeu uma liminar que abre brecha para que psicólogos ofereçam terapias de reversão sexual. A decisão, claro, provocou revolta e artistas brasileiros se manifestaram. Na internet, nomes como Ivete Sangalo, Anitta, Paulo Gustavo Fernanda Gentil comentaram o assunto e destacaram que a homossexualidade não é doença e que toda forma de amor é válida. Casado com o dermatologista Thales Bretas, Paulo Gustavo, como de praxe, explorou o bom-humor e a ironia no vídeo em que comenta a decisão do juiz federal. Na publicação, o humorista brinca que está à procura de um tratamento que o faça melhorar. “Estou catando tudo o que é remédio para tentar melhorar da homossexualidade, mas não estou conseguindo, Estou viado há muito tempo, difícil sair da crise”, disse ele, que, ao final do vídeo, convocou Fernanda Gentil e Preta Gil a comentarem o tema.

Fernanda, que assumiu o namoro com a jornalista Priscila Montandon em setembro do ano passado, publicou uma imagem em que aparece com remédios e termômetro e disse que também está em busca de algo que melhore o seu "estado de saúde". “Tentando me curar dessa doença, mas tá difícil”, escreveu. Preta Gil também se pronunciou: “Como é que cura um ser humano de amar o outro? E aí, tem esse remédio”, questionou a cantora que garantiu não querer este tratamento – caso existisse. “Se tiver a cura, por favor, deixe longe de mim. Eu prefiro ficar doente”, completou.

Pabllo Vittar, que brilhou em uma apresentação ao lado da cantora Fergie no "Rock in Rio", também não ficou de fora. Fenômeno dos últimos tempos de representatividade na música nacional, a drag queen se posicionou em dois tweets. “Não somos doentes” e “o preconceito não vai vencer”. Amiga da drag, Anitta também não deixou quieto: "O Brasil se devastando e as autoridades preocupadas com quem queremos nos relacionar. Isso precisa acabar. Deus, cure a doença da cabeça do ser humano que não enxerga os verdadeiros problemas de uma nação. Pais, não obriguem seus filhos a procurarem cura pra uma doença que não existe, baseados neste fato político. Essa busca interminável sim pode deixa-los realmente doentes", disse ela, que gravou um vídeo se lamentando.

Já Ivete publicou uma foto de dois dançarinos segurando bandeiras LGBT durante seu show no Rock in Rio da última sexta-feira, 15. "É Brasilzão, a gente tentando ser forte, ser otimista, com inúmeras pendências que caberiam a uma administração decente resolver, e aí me resolvem dizer que homossexualidade é doença. Doentes são aqueles que acreditam nesse grande absurdo", digitou.

Lulu Santos propôs uma maneira artística de mostrar a revolta com a sentença retrógrada e homofóbica. Em um vídeo publicado em suas redes, ele apareceu cantando um trecho da música "Toda forma de amor" em que diz: "E a gente vive junto/E a gente se dá bem/Não desejamos mal a quase ninguém/E a gente vai à luta/E conhece a dor/Consideramos justa toda forma de amor", cantou ele, convocando colegas a cantarem junto. 

 Vale lembrar que em 1990 a homossexualidade foi retirada da lista de doenças pela Organização Mundial de Saúde (OMS).