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Confiançado comércio alcança o maior nível dos últimos dois anos

Resultado não afasta incertezas quanto ao mercado de trabalho e renda, dificultando recuperação

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), chegou a 99,9 pontos no mês de março, alcançando o maior nível dos últimos dois anos. Na série com ajuste sazonal, o aumento mensal foi de 6,4%. Já em relação ao mesmo período de 2016, o crescimento foi de 23,6%, a nona taxa positiva nesta base de comparação.

“Ainda que os comerciantes não enxerguem retomada mais expressiva das vendas no curto prazo, a menor pressão sobre os preços do varejo assim como a taxa de juros em queda têm estimulado a confiança. A liberação das contas inativas do FGTS é outro aspecto positivo para aliviar, em um primeiro momento, o comprometimento da renda das famílias com dívidas”, aponta a economista da CNC Izis Ferreira.

Condições atuais

O subíndice da pesquisa que mede a percepção dos comerciantes sobre as condições correntes chegou a 68,2 pontos, um aumento de 54,4% na comparação anual, a oitava variação positiva nesta base de comparação ao longo dos últimos 12 meses. Em relação a fevereiro, o aumento foi de 16,7%, com ajuste sazonal.

A percepção dos varejistas quanto às condições atuais da economia melhorou em março (+29,9%), assim como em relação ao desempenho do comércio (+13,4%) e ao da própria empresa (+11,6%). A proporção de comerciantes que avaliam as condições econômicas atuais como “piores” recuou para 74% dos varejistas, ante 79,4% registrados no mês passado.

Perspectivas

Único item na zona positiva (acima dos 100 pontos do corte de indiferença), o subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio alcançou 147,6 pontos, alta de 4% em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal. O índice recuperou as duas taxas negativas apresentadas pelo indicador nos dois meses anteriores. Na comparação anual, o crescimento foi de 20,2%.

Na avaliação de 79,7% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses, percentual acima dos 73,8% assinalados em fevereiro, porém abaixo dos 82,2% registrados em dezembro.

Investimentos e estoques

Em março, o subíndice que mede as condições de investimento do comércio registrou aumento de 3,2% com ajuste sazonal, alcançando 84,1 pontos. Aumentaram as intenções de investimento nas empresas (+5,8%), na contratação de funcionários (3,7%) e em estoques (0,4%). Na comparação anual, o índice também cresceu 11%. Apesar de as intenções de contratação de funcionários (+22,4%) e de investimento no capital social das empresas (+12,1%) terem aumentado na comparação com o mesmo período de 2016, piorou a percepção dos comerciantes sobre estoques diante da programação de vendas – o índice de investimentos em estoques caiu (-0,7%).

Dentre os comerciantes entrevistados, 31% acreditam que os estoques estão acima do adequado em março.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) detecta as tendências do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitas do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.

Acesse aqui a análise completa da Divisão Econômica da CNC, os gráficos e a série histórica do Icec.