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Recuperação do emprego já atingiu mais da metade dos estados no País

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra, por meio de levantamento feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, que, nos seis primeiros meses de 2017, o saldo entre admissões e desligamentos de trabalhadores no Brasil ficou positivo em 67.358 postos de trabalho. Esse resultado apresenta uma recuperação em relação ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi negativo (-513.057). Os números também confirmam a primeira geração líquida de vagas celetistas para este período desde 2014, quando 669.697 vagas foram criadas.

O setor terciário destacou-se pela geração de empregos no ensino (+54.207), na administração imobiliária (+6.312) e no comércio atacadista (+1.814), respondendo por 25% da recuperação da ocupação no primeiro semestre. A reversão no processo de eliminação de vagas tem se concentrado, no entanto, nos setores primário e secundário da economia. A agropecuária criou 117.013 vagas e respondeu por 40% do saldo total entre os setores com avanço de ocupação. De forma semelhante, as cinco atividades do setor fabril em processo de regeneração do mercado de trabalho responderam por 27% do saldo positivo dentre os nove subsetores da economia que conseguiram reverter ou acelerar o processo de geração de empregos. Destacaram-se as indústrias têxtil de vestuário e artefatos de tecidos (+20.084), além das atividades responsáveis pela fabricação de produtos químicos, farmacêuticos veterinários e de perfumaria (+16.423) e a indústria da borracha, fumo, couros e peles (+15.048 vagas).

“Além dos resultados mais favoráveis do mercado de trabalho no curtíssimo prazo, a trajetória recente da inflação já abriu as portas para quedas mais ousadas nas taxas de juros, e isso será fundamental para o processo de regeneração das condições de consumo na segunda metade do ano”, aponta Fabio Bentes, economista da CNC. “O desempenho mais favorável da agropecuária e da indústria em detrimento do setor terciário está associado ao maior aquecimento da demanda externa. A produção industrial brasileira cresceu 0,5% na primeira metade de 2017, e o preço médio das exportações nacionais avançou 15,2% ante o mesmo período do ano passado”, complementa o economista.

Geração de postos de trabalho por unidades da federação

Ao contrário da primeira metade de 2016, quando apenas quatro unidades da federação registraram diferenças positivas entre admissões e desligamentos, nos seis primeiros meses deste ano quatorze estados registraram criação líquida de vagas. Entre eles, nove conseguiram reverter os saldos negativos da primeira metade do ano.

A geração de emprego tem ocorrido predominantemente nas unidades federativas com maior concentração de produção industrial e agropecuária tais como Sul, Centro-Oeste (exceto Distrito Federal) e Sudeste (excluindo-se o Rio de Janeiro, que respondeu por 35% dos cortes em vagas). Desse modo, ao contrário do ciclo anterior de geração de postos de trabalho, a recuperação do emprego deverá ser impulsionada pelas regiões economicamente mais dinâmicas do País.

Perfil das contratações

Das 67.358 vagas criadas nos seis primeiros meses de 2017, 99% (66.516) foram preenchidas por trabalhadores do sexo masculino. Esse comportamento desproporcional na distribuição de vagas pode ser explicado, em parte, pela característica na composição dessas atividades quanto ao gênero do trabalhador onde se observa predominância de homens. As novas vagas formais de emprego também têm se concentrado nas faixas etárias inferiores da força de trabalho. No primeiro semestre de 2017, foram abertas 402.052 vagas para profissionais com até 24 anos de idade – mais do que o dobro registrado nos seis primeiros meses de 2016 (196.642).

No acumulado do ano, foram eliminadas 334.694 vagas nas demais faixas etárias contra 709.696 no primeiro semestre de 2016. Em média, o salário dos empregados menos experientes é 52,5% menor do que das pessoas ocupadas com 25 anos ou mais de idade.

Geração de postos de trabalho por grau de instrução

Do ponto de vista do nível de escolaridade, a geração de vagas favoreceu os trabalhadores mais qualificados. De janeiro a junho deste ano, foram abertas 76.014 vagas para empregados com nível superior completo (140% mais que em igual período de 2016). Entre aqueles com nível superior incompleto, houve reversão do saldo negativo do início do ano passado. De forma ainda mais evidente, entre aqueles com nível médio completo, houve um forte contraste na geração líquida de vagas no comparativo entre os primeiros semestres de 2016 (-209.341) e de 2017 (+104.303).

Entre as 2.619 profissões analisadas, o salário médio de admissão ficou em R$ 1.417,70, abaixo da média global. Apesar disso, as remunerações de oito das dez profissões com maior geração de postos de trabalho em 2017 registraram ganhos reais nos 12 meses encerrados em junho de 2017.

Confira o estudo completo da Divisão Econômica da CNC.