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Projeto de educação de qualidade levaria 30 anos e custaria 6,5% do PIB, estima Cristovam

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O Plano Nacional de Educação aprovado pelo Congresso Nacional completa três anos em 2017. Ele contém 20 metas para a educação em todos os níveis, do ensino infantil à pós-graduação, para serem alcançadas em dez anos, até 2024. Até agora porém, nesses três anos, apenas 20% das metas foram cumpridas, segundo o Observatório do PNE.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) falou ao programa Salão Nobre, da TV Senado, que esse resultado já era esperado, porque educação não é prioridade no país e nunca foi em nenhum governo. Além desse resultado, Cristovam acredita que o PNE vai alterar pouco a educação brasileira. As metas que foram cumpridas, na opinião do senador, seriam realizadas mesmo sem o plano. "É para inglês ver. Não adianta ter meta sem definir como fazer”, critica.

Para que a educação brasileira dê um salto, ele sugere que alguns municípios sejam escolhidos como uma espécie de "tubo de ensaio", para receber grande investimento em educação. Nessas cidades, haveria escola de qualidade, ensino integral, com equipamentos modernos e professores qualificados. Depois, esse modelo seria expandido para o resto do País. O senador defende ainda a federalização da educação básica, como ele propõe na proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 32/2013.

A implantação da proposta, para Cristovam, é possível, mesmo em tempo de corte de gastos orçamentários. Ele estima que a efetivação desse projeto levaria cerca de 30 anos, considerando 2% ao ano de crescimento da economia. “Se você fizer em 30 anos, vai custar 6,5% do PIB. Não precisa de 10%”, como está previsto na meta 20 do PNE, explica o senador.

Para Cristovam, o problema da educação não é a falta de recursos: “Se você para os vazamentos [de recursos públicos], é saber fazer [as ações] e definir quanto tempo vai levar”.

Autor de um dos primeiros projetos que fixou o piso nacional para o professor, ele também defende que o salário para esses profissionais chegue a R$ 10 mil e garante que isso possível, se a educação passar a ser prioridade, como fizeram a Irlanda, a Finlândia e a Coreia do Sul.

Fonte: Agência Senado