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Intenção de consumo das famílias recua 0,5% em junho

Incerteza em relação à economia ainda provoca cautela por parte dos consumidores

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 86,7 pontos em junho de 2018, registrando queda de 0,5% em relação ao mês passado. Já na comparação anual, houve alta de 12,4%. Com os resultados de junho, a pesquisa completa 38 meses abaixo dos 100 pontos, mostrando a insatisfação persistente das famílias quanto às condições de consumo.

Segundo o economista da CNC Antonio Everton Chaves Junior, as perturbações na economia com a greve dos caminhoneiros, a escassez na distribuição de produtos e a disparada do dólar afetaram as perspectivas, sobretudo de consumo e a disposição para compra de bens duráveis.

Mercado de trabalho

O resultado negativo da Intenção de Consumo das Famílias em junho foi mitigado pela percepção mais positiva quanto ao emprego atual, reflexo da melhoria no mercado de trabalho. Esse subíndice da pesquisa registrou 113,4 pontos, com aumento de 0,5% em relação ao mês passado e 5,8% na comparação anual. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual também apresentou alta. Em 2017, o indicador era de 31,2% e este ano alcançou 33,9%.

Em relação às perspectivas de mercado de trabalho, o indicador recuou 0,4% na comparação com maio, mas ficou 7,1% maior em relação a igual período do ano passado. Desde abril de 2017, é a quinta vez que o indicador fica acima da zona de indiferença, alcançando 103,4 pontos.

Consumo

O subíndice Nível de Consumo Atual apresentou leve recuo de 0,1% na comparação com maio, porém aumento de 19,9% em relação a junho de 2017. Já o componente Momento para Duráveis apresentou queda de 1,1% no comparativo mensal, mas em relação ao ano passado a alta registrada foi de 17,5%. O estudo aponta que o índice segue abaixo da zona de indiferença, com 60,8 pontos.

“A queda desses componentes reflete a disposição das famílias em gastar um pouco menos, principalmente com produtos que venham a comprometer o orçamento com compras parceladas”, analisa  Antonio Everton.

O levantamento da CNC mostra ainda que o subíndice Renda Atual voltou ao patamar de neutralidade (100 pontos), e o componente Acesso ao Crédito teve queda de 0,3% na comparação mensal e aumento de 14,6% em relação a junho de 2017. Apesar da melhora de todos os subíndices em relação ao ano passado, 42,8% das famílias entrevistadas declararam estar com o nível de consumo menor do que em 2017.

Perspectivas para 2018

Mesmo considerando os impactos negativos decorrentes da greve dos caminhoneiros e a paralisação de linhas de produção durante alguns dias do mês de maio, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mantém a expectativa de crescimento do comércio em 2018 e aponta alta de 5,0% no varejo ampliado.

Segundo a Confederação, os impactos das manifestações de maio serão limitados ao terceiro bimestre e não devem comprometer a tendência de alta nas vendas.