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Charlie Hebdo não vai mais publicar caricaturas de Maomé, diz diretor

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O novo diretor e sobrevivente do atentado que dizimou a redação do semanário satírico Charlie Hebdo, Laurent Sourisseau, afirmou que o jornal não irá mais publicar caricaturas de Maomé. A afirmação foi dada em uma entrevista à revista alemã "Stern", sete meses depois do ataque que deixou 12 mortos.

"Desenhávamos Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar o que se quiser", diz, defendendo que este trabalho já está feito. 

Sourisseau é cartunista e assina seus desenhos como "Riss". Ele disse ainda que o Charlie Hebdo não foi monopolizado pela crítica aos fundamentalistas muçulmanos, e que os erros que apontam no Islãmismo também estão presentes em outras religiões. 

“É estranho, espera-se que exerçamos uma liberdade de expressão que mais ninguém se atreve a exercer", disse Riss. A decisão de não publicar mais caricaturas de Maomé vem depois do principal desenhista do semanário, Rénald Luzier, conhecido como Luz, de abandonar o jornal. 

Foi Luz quem produziu a primeira página seguinte ao atentado de 7 de janeiro, que apresenta Maomé segurando um cartaz escrito "Je Suis Charlie" (Eu sou Charlie) debaixo da frase "está tudo perdoado". A edição vendeu cerca de oito milhões de exemplares, contra uma média de 60 mil.