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Oposição convoca para hoje novos protestos na Venezuela

Milhões participaram ontem da maior manifestação contra Maduro

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A oposição venezuelana convocou para esta quinta-feira (20) mais um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro, apesar dos confrontos e das mortes nas manifestações das últimas semanas, que já somam sete vítimas.

Um dos líderes opositores, Henrique Capriles, confirmou que a marcha desta quinta-feira (20) partirá de vários pontos da capital, Caracas, assim como já ocorreu nas manifestações anteriores, como a de ontem, que foi a maior até o momento.

"Saimos às ruas em milhões de pessoas e agora devemos ser maiores ainda", disse Capriles, acusando a polícia de "provocar a violência". Milhares de venezuelanos aderiram ontem a vários protestos em 26 diferentes zonas do país para exigir novas eleições e a libertação do opositor Leopoldo López, mantido em prisão pelo regime de Maduro.

Em contrapartida, apoiadores do presidente também organizaram uma manifestação em Caracas para demonstrar suporte ao sucessor de Hugo Chávez. Uma das imagens mais emblemáticas do protesto de ontem em Caracas foi a de uma mulher encarando, sozinha, um carro blindado da Guarda Nacional Bolivariana. Segurando a bandeira da Venezuela nas mãos, ela conseguiu fazer o veículo recuar.

Outras fotos dos dois jovens mortos ontem pela polícia, Paola Ramirez, de 23 anos, e Carlos José Moreno, de 17 anos, também circularam nas redes sociais e provocaram reações da oposição.

Os dois foram atingidos na cabeça por tiros de agentes e apoiadores do governo. Um policial acabou morrendo nos protestos também. A crise política na Venezuela dura há anos e se intensificou após a morte do ex-líder Hugo Chávez, em março de 2013. Desde que assumiu a Presidência, Nicolás Maduro enfrenta situações de desabastecimento, instabilidade econômica, inflação e descontentamento de parte da população.

Para conter a oposição, o governo de Maduro prendeu opositores e enfraqueceu a Assembleia Nacional, retirando imunidades dos parlamentares e reduzindo os poderes da Casa. A Igreja Católica, sob aval do papa Francisco, tenta mediar negociações entre governo e oposição para solucionar a crise política. Países da América Latina também já demonstraram preocupação com a escalada da tensão no país.