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Papa canonizará 30 mártires brasileiros em outubro

Conheça quem são os beatos que morreram no Rio Grande do Norte

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O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (20) que 30 mártires brasileiros, sendo 28 laicos e dois sacerdotes, serão canonizados no próximo dia 15 de outubro pelo papa Francisco.

Assim, eles se tornarão os primeiros mártires reconhecidos pela Igreja Católica a passarem pelo processo religioso. O grupo havia sido beatificado pelo papa João Paulo II, em 5 de março de 2000 e teve um processo abreviado por Francisco para passar pela canonização - dada a distância em anos dos fatos.

A história do grupo de "mártires do Rio Grande do Norte" foi contada no livro "Beato Mateus Moreira e seus Companheiros Mártires", do monsenhor Francisco de Assis Pereira. Nele, o autor relata que no dia 16 de julho de 1945, na então cidade de Cunhaú (em Canguaretama), 69 pessoas foram assassinadas durante uma missa celebrada pelo padre André de Soveral.

Já no dia 3 de outubro daquele mesmo ano, outro grupo de católicos foi assassinado durante uma missa em Natal, na capital do estado. De lá, o sacerdote Ambrósio Francisco Ferro foi levado para a cidade de Uruaçu (em São Gonçalo do Amarante) e assassinado junto a outros 80 fiéis.

De acordo com Pereira, todos foram mortos porque os holandeses não aceitavam a prática do catolicismo nas áreas por eles dominadas. Ainda segundo o relato do autor da obra, um dos camponeses mortos, chamado de Mateus Moreira, repetia a frase "Louvado seja o Santíssimo Sacramento" antes de ter seu coração arrancado.

A Arquidiocese de Natal informa que, entre aqueles que serão canonizados, estão os padres Ambrósio Francisco Ferro e André de Soveral.

Já os 28 leigos são Mateus Moreira, Antônio Vilela Cid, Antonio Vilela e sua filha (identificada apenas como uma criança do sexo feminino), Estêvão Machado de Miranda e duas filhas (também não identificadas por nome, mas uma delas tinha apenas alguns meses), Manoel Rodrigues de Moura e sua esposa (também não identificada por nome),João Lostau Navarro, José do Porto, Francisco de Bastos, Diogo Pereira, Vicente de Souza Pereira, Francisco Mendes Pereira, João da Silveira, Simão Correia, João Martins e seus sete companheiros (identificados apenas como um grupo de jovens que se recusaram a lutar pela Holanda contra Portugal), a filha de Francisco Dias - apesar do nome de Francisco não estar entre as vítimas, é provável que ele tenha morrido junto à filha identificada apenas como uma criança -, Antônio Baracho e Domingos de Carvalho.

As causas das mortes dos mártires foram diversas, sendo alguns assassinados por espadas, outros por espancamento e mutilações e alguns tendo sido queimados vivos.