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'The Guardian': Angela Merkel cede sobre casamento gay

Chanceler libera deputados para votarem de acordo com própria consciência 

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Matéria publicada nesta terça-feira (27) pelo The Guardian conta que o debate sobre discriminação e igualdade de direitos para os homossexuais já existe há muitos anos dentro dos partidos conservadores, tradicionalmente avessos a esse tema, mas sem grandes avanços concretos. 

Segundo a reportagem o atual acordo de coalizão de governo, entre CDU/CSU e Partido Social-Democrata (SPD), não prevê mudanças na situação dos homossexuais, mencionando apenas que se pretende lutar contra a discriminação e refletir sobre o tema "casamento para todos". 

O diário britânico afirma que sem referências explícitas no acordo de coalizão, proposições vindas dos estados e que já estavam nas comissões parlamentares do Bundestag não seguiram adiante, assim como propostas encaminhadas pela oposição. A União também se utilizou do argumento de que já existe uma legislação para a chamada "união civil registrada", conhecida como "casamento light" para lésbicas e gays. Essa legislação foi introduzida em 2001, durante o governo da coalizão entre social-democratas e verdes, liderada pelo então chanceler federal Gerhard Schröder, mas não prevê pleno direito de adoção nem igualdade fiscal.

The Guardian diz que por isso, nesta terça-feira (27/06), a mudança de posição da chanceler federal Angela Merkel, que repentinamente se disse a favor de liberar a bancada da CDU para votar de acordo com a própria consciência na questão da equiparação total, ainda que somente na próxima legislatura, deixou surpresos alguns deputados homossexuais do partido. Afinal, a chanceler sempre foi vista como o grande empecilho para o casamento gay dentro da União.

O noticiário afirma que diante das declarações de Merkel, o SPD resolveu agir e anunciou, na manhã desta terça-feira, que colocará a plena equiparação em votação ainda esta semana no Bundestag, com o apoio da oposição. Merkel foi, assim, obrigada a corrigir sua posição. Durante uma reunião da bancada da CDU no Bundestag, a chanceler, que é também a presidente do partido, liberou os atuais deputados de seguir a orientação partidária na hora de votar, também com o argumento de que se trata de uma questão de convicção pessoal.

Assim, o parlamento deverá votar sobre o tema nesta sexta-feira. Com os votos de SPD, Partido Verde e A Esquerda, mais alguns deputados conservadores, é provável que o casamento gay, que é tema de debates há anos, seja aprovado de uma hora para a outra na Alemanha, finaliza o Guardian.

> > The Guardian