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Milhares protestam em Bruxelas por independência da Catalunha

Ato reuniu mais de 45 mil pessoas entorno das instituições da UE

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Pelo menos 45 mil catalães se manifestaram nesta quinta-feira (7) em Bruxelas para protestar contra o que consideram seu abandono pela União Europeia (UE), após o fracasso do plebiscito pela independência na região espanhola. 

O ato acontece duas semanas antes das eleições regionais na Catalunha. De acordo com a polícia local, os manifestantes marcharam no entorno das principais instituições da UE. Diversas pessoas carregaram bandeiras catalãs e outros a da UE, com a palavra "vergonha" escrita.    

O presidente da Catalunha destituído, Carles Puigdemont, está em Bruxelas junto com quatro membros de seu conselho de ministros, também afastados. O objetivo das organizações separatistas que convocaram a manifestação -Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural- é demonstrar que a "Catalunha não é apenas um assunto interno da Espanha, mas (também) um assunto europeu".    

Os organizadores previam "mais de 20 mil pessoas" na manifestação. A contagem oficial da polícia era de "45 mil manifestantes", segundo sua conta no Twitter.    

Depois que o parlamento regional proclamou a independência da Catalunha, Madri colocou a autonomia catalã sob tutela, destituiu o executivo catalão e convocou eleições regionais, enquanto a justiça espanhola abriu processos por rebelião contra os líderes separatistas. 

Contexto

Após uma tentativa frustrada de declaração de independência da região, no dia 27 de outubro, Carles Puigdemont e outros quatro políticos foram para a Bélgica, de onde afirmam lutar por um julgamento justo.

Eles, e mais de uma dezena de outros políticos envolvidos no processo, foram acusados pelo governo espanhol dos crimes de rebelião, insurreição, peculato, entre outros. Os políticos que ficaram na Espanha foram presos. Alguns puderam pagar fiança e aguardam o julgamento em liberdade, outros seguem presos.

Puigdemont é candidato nas eleições que se realizarão no próximo dia 21 de dezembro na Catalunha. Após a tentativa independentista, o governo central espanhol acionou o artigo 155 da Constituição Espanhola, que suspendeu temporariamente a autonomia da região, destituiu o líder catalão e outros políticos envolvidos no processo, e convocou novas eleições.

Desde que foi para a Bélgica, Puigdemont insiste que o julgamento na Espanha tem um caráter político e tenta conquistar o apoio e a simpatia de instituições europeias. No entanto, nenhuma organização, até o momento, demonstrou apoiar a tentativa separatista.

*Da Agência Brasil e ANSA