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Maduro diz que negociação com oposição avança 'em bom ritmo'

Conversas são baseadas em cinco pontos principais

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite desta quinta-feira (11) que o primeiro dia de negociações com a oposição do país está avançando em "bom ritmo".

O diálogo, que foi iniciado em setembro do ano passado, foi retomado com reuniões na República Dominicana com a intermediação do México, Chile, Bolívia, São Vicente e Granadinas e Nicarágua e segue até hoje (12).

"Nossa delegação leva instruções precisas de minha parte para avançar nos acordos integrais para a defesa da economia contra as sanções imperialistas", disse em pronunciamento para rádio e televisão direto do Palácio Miraflores.

De acordo com o mandatário, o líder do governo nas conversas, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, vai tentar avançar nos acordos de proteção de direitos econômicos e sociais dos venezuelanos e dar garantias "plenas e totais" para as eleições presidenciais deste ano.

"Garantias para fazer as eleições de 2018 e para que a oposição não tenha desculpas para sair correndo, seguir pelo caminho de abstenção, da violência e da 'guarimba' [protestos que fecham avenidas]. Espero que avance porque somos pessoas de palavra e acredito no diálogo", disse ainda o mandatário.

A fala, porém, contradiz as ameaças feitas por Maduro em dezembro, quando disse que a oposição seria impedida de disputar o pleito para o Executivo porque boicotou as eleições municipais.

No entanto, ele acusou parte da oposição de ser responsável por "protestos violentos desde dezembro", tentando minar o governo. Para ele, o partido Primeiro Justiça, o opositor Henrique Caprilles e os irmãos Tomas e Juan Pablo Guanipa estão por trás das ações.

Nas conversas, a oposição é liderada pelo deputado Julio Borges, um dos principais expoentes políticos do país. No entanto, desde que chegou para as conversas, ele não deu declarações públicas sobre o tema.

De acordo com os observadores internacionais, o diálogo está sendo baseado em cinco pontos principais: fim das sanções financeiras contra o país, a crise política entre Assembleia Nacional e a Constituinte, a libertação dos presos políticos, os corredores humanitários para comida e remédios e garantias de liberdade nas eleições presidenciais.

Mergulhada em uma crise política, econômica e humanitária, a Venezuela sofre ainda com sanções internacionais - especialmente dos Estados Unidos.