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Nisman foi vítima de crime de lesa-humanidade, diz ex-esposa

Morte do promotor argentino completou três anos sem solução

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Três anos depois da misteriosa morte do promotor argentino Alberto Nisman, em 18 de janeiro de 2015, sua ex-esposa e juíza federal Sandra Arroyo Salgado declarou que seu ex-marido foi vítima de um "plano criminoso" elaborado por "agentes do Estado".    

Nisman foi encontrado morto em sua casa, com um tiro na cabeça, e desde então a Argentina se divide entre aqueles que acreditam em homicídio e os que apostam em suicídio. Para Arroyo Salgado, foi um delito de "lesa-humanidade".    

"A única maneira de calá-lo era matá-lo", declarou a ex-esposa do promotor, de quem estava separada na época de seu falecimento. Em 19 de janeiro de 2015, Nisman deveria se apresentar a uma comissão legislativa para denunciar a então presidente Cristina Kirchner, hoje senadora, por acobertar o papel do Irã no atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em julho de 1994, que deixou 85 mortos.    

O "caso Nisman" passou por inúmeras reviravoltas ao longo dos últimos três anos. Em dezembro de 2016, a Câmara Federal de Cassação Penal ordenou o prosseguimento da investigação por acobertamento e traição à pátria contra Cristina. O processo caiu nas mãos do juiz Claudio Bonadío, a quem o mesmo Nisman já havia acusado de encobrir os supostos responsáveis pelo atentado à Amia, em 2009.    

Em setembro de 2017, peritos afirmaram que o promotor tinha sido assassinado, e, em dezembro, Bonadío pediu a prisão preventiva da ex-presidente no "caso Amia". Cristina escapou da cadeia porque, como senadora, tem foro privilegiado. A Câmara Federal ratificou o processo contra a ex-mandatária por acobertamento, mas retirou a acusação de traição à pátria.