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Após Oxfam, MSF admite 40 casos de assédio sexual

A ONG disse que quase 20 funcionários foram demitidos

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A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) admitiu nesta quarta-feira (14) que recebera, em 2017, 40 denúncias de assédio sexual em suas próprias estruturas, incluindo 24 episódios de abuso.

A notícia chega no momento em que a entidade britânica Oxfam está no centro de um escândalo que acusa funcionários seus de terem contratado prostitutas no Haiti durante uma missão de ajuda humanitária após o terremoto de 2010.

A MSF é uma das ONGs mais célebres do mundo e leva assistência médica para países em guerra ou em situação de pobreza. Segundo uma investigação interna da entidade, 19 pessoas foram demitidas, e outros funcionários foram punidos "de outras maneiras".

"Nossa liderança está empenhada inequivocamente em combater os abusos", diz uma nota de Médicos Sem Fronteiras, que não entra em detalhes sobre as denúncias. Ao todo, a organização emprega cerca de 40 mil funcionários e voluntários.

"Esperamos que todo o pessoal respeite os princípios estabelecidos por nossa carta, ou seja, fornecer assistência aos povos em dificuldade e respeitar nosso código de ética profissional. Para nós, isso significa não tolerar qualquer comportamento por parte de nosso pessoal que explore a vulnerabilidade de outros", diz a nota.

No entanto, a própria MSF admitiu que, apesar do aumento no número de denúncias, os comportamentos "incorretos" continuam sendo "subestimados". Fundada em 1971 e com sede em Genebra, na Suíça, a ONG venceu o Nobel da Paz em 1999 por conta de seu "pioneirismo" em trabalhos humanitários em diversos continentes.