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Em meio a protestos, Etiópia declara 'estado de emergência'

Renúncia inesperada de premier agravou crise no país africano

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Após a renúncia inesperada do primeiro-ministro Hailemariam Desalegn, a Etiópia declarou "estado de emergência", informou a rede britânica "BBC" nesta sexta-feira (16).

Em meio a protestos nas regiões de Oromia e Amhara, Desalegn apresentou sua renúncia do cargo de premier e de presidente do partido governista, o Frente Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF).

"Renuncio às minhas funções, tanto no partido como no governo, para ser parte da solução da preocupante situação que o país atravessa", disse o primeiro-ministro a uma emissora estatal.

As manifestações na Etiópia acontecem desde 2015, em defesa dos direitos civis, e levaram ao bloqueio de universidades, empresas e transportes públicos. Em janeiro, Desalegn havia anunciado a libertação de presos políticos, incluindo líderes opositores, um fato inédito na história do país.

Contudo, durante esta semana, os protestos se intensificaram e levaram à morte de 10 pessoas, além de deixar diversos feridos.

A última declaração de "estado de emergência" na Etiópia aconteceu em 2016 e durou 10 meses, mas não conseguiu frear as manifestações na nação africana.

Apesar da renúncia, Desalegn declarou que ficará no posto de primeiro-ministro até encontrarem um substituto. Ele ocupa o cargo desde 2012, porém, desde 2015, enfrenta protestos antigovernistas, principalmente nas regiões de Oromia e Amhara, cujas comunidades são marginalizadas desde que o EPRDF chegou ao poder, em 1991.