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Erdogan espera 'cerco total' da cidade síria de Afrin ainda nesta quarta

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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse esperar, nesta quarta-feira (14), que "até esta noite" a cidade síria de Afrin esteja "totalmente cercada" - garantiu uma fonte presidencial, esclarecendo a declaração oficial feita antes pelo próprio, ao comentar a operação militar em curso.

Lançada em 20 de janeiro passado pela Turquia, essa operação tem como objetivo expulsar a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG).

"Nos aproximamos um pouco de Afrin. Espero, se Deus quiser, que Afrin tenha caído por completo até esta noite", declarou Erdogan em um discurso transmitido pela televisão.

De acordo com a mesma fonte, porém, o que o presidente quis dizer é que ele espera que "o cerco (a Afrin) esteja totalmente concluído até a noite desta quarta-feira".

"Parece que [...] Erdogan está sonhando acordado quando diz que Afrin cairá esta noite", reagiu Redur Khalil, porta-voz das YPG.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse nesta quarta-feira que dez combatentes pró-regime morreram em bombardeios aéreos turcos contra um posto de controle na única rota que une Afrin com o território adjacente sob controle do governo Bashar al-Assad.

"As rotas usadas no leste pelos terroristas para entrar e sair da região vão ser fechadas hoje, ou amanhã", acrescentou Erdogan nesta quarta.

O presidente turco reiterou que, depois de Afrin, a Turquia "limpará" as outras cidades controladas pelas YPG no norte da Síria, como Manbij, onde também há soldados americanos.

Ontem, o Exército turco anunciou que suspendeu o cerco a Afrin, onde vivem cerca de 350 mil pessoas. A localidade é o principal alvo da ofensiva lançada contra a força curda YPG.

A Turquia acusa as YPG de terem vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a organização armada dos curdos turcos que fazia uma guerra de guerrilhas.

O PKK é considerado uma organização "terrorista" pela Turquia e por seus aliados ocidentais. Ainda assim, os Estados Unidos apoiam as YPG na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.