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Milhares de húngaros voltam a protestar contra primeiro-ministro

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Dezenas de milhares de húngaros marcharam pelo segundo sábado consecutivo em Budapeste contra o primeiro-ministro, Viktor Orban, recentemente reeleito.

Pelo menos 30.000 pessoas, segundo contagem da AFP, foram às ruas da capital participar de um comício no qual os oradores exigiram veículos de comunicação públicos não partidários.

O primeiro-ministro conservador, no poder desde o ano 2000, conquistou em 8 de abril seu terceiro mandato consecutivo, quando seu partido, o Fidesz, obteve quase metade dos votos nas eleições legislativas, o que lhe garantiria uma maioria de dois terços no Parlamento.

O governo de Orban, de 54 anos, é acusado regularmente de fazer calar a imprensa, submetendo o serviço a um estrito controle editorial e favorecendo a compra de veículos independentes por homens de negócios vinculados ao poder.

Os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) consideraram em um relatório que as eleições transcorreram em condições satisfatórias, mas que a capacidade dos eleitores para votar com conhecimento de causa foi dificultada pela "retórica xenófoba" e pela "parcialidade da mídia".

Muitos manifestantes, a maioria jovens, repetiam em coro "democracia" e agitavam bandeiras húngaras e europeias.

Um dos organizadores da marcha, Viktor Gyetvai, de 20 anos, declarou à AFP que a manifestação "não vai mudar o sistema de um dia para outro", mas que seu objetivo é criar "um movimento cívico" para desafiar Orban.

"O sistema atual não é uma democracia", declarou o principal orador do comício deste sábado, Peter Marki-Zay, ex-eleitor do Fidesz, que adquiriu grande notoriedade em nível nacional em fevereiro, ao conquistar uma prefeitura ante o partido de Orban em uma pequena localidade.

Na sua opinião, deveria ser construída do zero uma frente unida anti-Orban, já que os partidos opositores atuais não são capazes de questionar a supremacia do primeiro-ministro.

No sábado passado, cem mil pessoas protestaram em Budapeste.

Segundo os organizadores, a próxima manifestação ocorrerá em 8 de maio em frente à sede do Parlamento.

pmu/glr/fjb/sgf/mvv