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OEA aprova resolução pedindo eleições na Nicarágua

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O conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quarta-feira (18) uma resolução que pede a convocação de eleições na Nicarágua, que é palco de violentos confrontos há três meses.    

O texto recebeu 21 votos favoráveis, inclusive o do Brasil, e três contrários - da própria Nicarágua, da Venezuela e de São Vicente e Granadinas -, além de sete abstenções. Três países, incluindo a Bolívia, estavam ausentes.    

Na resolução, a OEA "reitera sua enérgica condenação e sua grave preocupação" por todos os "atos de violência, repressão, violação dos direitos humanos e abusos, incluindo aqueles cometidos pela polícia, por grupos paramilitares e outros atores, contra o povo da Nicarágua".    

Além disso, a organização critica os ataques à Igreja Católica no país, que tenta exercer o papel de mediadora nas negociações com a sociedade civil, e os atos de violência na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (Unan), principal bastião dos rebeldes.    

A OEA ainda cobra que o governo e todas as partes participem "de boa fé" do diálogo nacional, como um "mecanismo para gerar soluções pacíficas sustentáveis", e apoia a criação de um "calendário eleitoral acordado conjuntamente".    

Os protestos na Nicarágua começaram por causa de uma reforma previdenciária proposta pelo presidente sandinista Daniel Ortega. O projeto já foi engavetado pelo governo, mas serviu de estopim para um amplo movimento de revolta contra a repressão no país.    

Ex-guerrilheiro, Ortega comanda a Nicarágua desde 2007 e está em seu terceiro mandato seguido.