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Votos migram a populismo, que não pode ser considerado conservador nem liberal

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Os resultados de pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais deste ano, no Rio de Janeiro e em São Paulo, apontam para um avanço do apoio à ala esquerdista e populista do país. Isto mesmo no Estado que mais apoiou a saída da presidente afastada Dilma Rousseff em defesa de medidas mais conservadoras. 

O resultado mostra que devemos nos preocupar com o volume estrondoso de votos que estão sendo canalizados para um populismo que não se pode considerar nem de direita conservadora, nem liberal.

Se admitirmos que os eleitores de Marcelo Crivella (PRB) apoiam esse populismo, que não aceita a direita em nenhuma de suas formas, somados os votos dele e os da esquerda, temos 48% dos votos, contra os 26% somados entre os candidatos da direita liberal e conservadora, de acordo com os números da pesquisa do Instituto Ibope encomendada pela TV Globo. O que mostra que a antiga capital do país não tem mais do que 30% de conservadores e de direita. Se admitirmos que dos votos nulos e em branco, que somam 20%, há um número significativo de revoltados contra tudo, é porque o caminho pode não ter volta.

Em São Paulo, com os resultados do mesmo Instituto de Pesquisa, encomendados pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo, o populista Celso Russomanno (PRB) tem 33% das intenções de voto. Estas, somadas com os números de Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (Psol), que têm 9%, e mais os votos de Marta Suplicy, com 17%, chegam a 68%, sem considerar outros candidatos que poderiam ser considerados no mesmo grupo. É a esquerda avante na capital que quis o afastamento de Dilma Rousseff, em nome do conservadorismo que sustenta juros bancários e de cartão de crédito. 

Em um país em que planos de saúde perdem um volume enorme de associados todos os dias, universidades sem professores e funcionários, metalúrgicos desempregados e ônibus incendiados, quais consequências os sociólogos devem estar projetando para o futuro deste país? Nas duas maiores capitais do país, onde a qualidade de vida é muito melhor que em outras capitais mais pobres, o cenário é este.