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Lava Jato: Suíça autoriza devolução de US$ 26 mi de Paulo Roberto Costa

Procurador Geral da República deve abrir investigação contra agentes públicos

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O governo suíço autorizou a repatriação de US$ 26 milhões do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Uma força tarefa composta por procuradores do Ministério Público Federal no Paraná, responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato, embarcou nesta segunda-feira (24) à Suíça, para obter informações sobre contas bancárias mantidas pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal.

Como o processo de devolução é burocrático, espera-se que o dinheiro volte efetivamente ao país dentro de algumas semanas ou meses. O valor foi bloqueado pelo Ministério Público suíço após detectar a origem ilícita dos recursos transferidos por Costa. A transferência foi acertada nesta quarta-feira (26), após uma reunião entre integrantes do órgão suíço e a delegação brasilelira.

No Brasil, por determinação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações, já foram bloqueados cerca de R$ 100 milhões, desde a semana passada, nas contas-correntes pelo Banco Central ou diretamente nas instituições, no caso de fundos de investimentos.

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De acordo com as investigações e relatos do ex-diretor no acordo de delação premiada, as contas bancárias na Suíça somariam depósitos de US$ 29 milhões. As 12 contas descobertas em bancos suíços estão sob controle de Costa, suas duas filhas, genros e um funcionário do doleiro Alberto Youssef. Conforme o Ministério Público suíço, do total identificado, US$ 23 milhões pertencem a Costa.

Segundo o Ministério Público, os desvios nas obras da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços a Petrobras entre 2009 e 2014. Acrescenta que a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais de R$ 20 bilhões. As investigações indicam que os desvios tiveram participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e do doleiro Alberto Youssef, apontando como coordenador do esquema.

Deflagrada em março, a Operação Lava Jato investiga um esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras e lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O esquema, de acordo com a Polícia Federal, contava com a participação das maiores empreiteiras do país.

Agentes públicos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (26) que aguarda receber a delação premiada do doleiro Alberto Youssef para avaliar se pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra parlamentares investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Janot considera que o conteúdo das delações de Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contém indícios para justificar o prosseguimento das investigações. O envio pode ocorrer nos próximos dias.

Youssef prestou o último depoimento de delação à Polícia Federal em Curitiba nesta semana. Por citar nomes de parlamentares que receberam  dinheiro do esquema de corrupção oriundo de recursos da Petrobras, cabe ao Supremo autorizar a investigação, devido ao foro privilegiado. Os demais crimes serão investigados pela Justiça Federal em Curitiba. A delação ainda precisa ser homologada pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela investigação da Lava Jato no Supremo.

Em outubro, em depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, disse que PP, PT e PMDB eram beneficiados com recursos de contratos superfaturados da estatal. Segundo o ex-diretor, empreiteiras repassavam 3% do valor de contratos superfaturados aos três partidos.

Visitas aos presos

Parentes dos presos na Operação Lava Jato puderam receber visitas de 20 minutos de parentes. Antes, os encontros só eram permitidos aos advogados. 

Com informações da Agência Brasil