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Andrade Gutierrez admite suborno em obras da Copa 2014, na Petrobras e em Angra 3 

Empreiteira acerta acordo de delação e pagará multa de R$ 1 bilhão

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O site do jornal Folha de S. Paulo informa nesta sexta-feira (27) que a empreiteira Andrade Gutierrez acertou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no qual irá relatar que pagou propina em obras da Copa do Mundo, na Petrobras, na usina nuclear de Angra 3, em Belo Monte, e na ferrovia Norte-Sul. Segundo a publicação, a construtora aceitou pagar a maior multa de Operação Lava Jato, de cerca de R$ 1 bilhão. Até agora, a maior indenização já paga na Lava Jato foi da Camargo Corrêa: R$ 800 milhões.

A Andrade foi acusada, junto com a Odebrecht, de ter pago R$ 632 milhões de suborno em contratos com a Petrobras. O suborno era pago para que agentes públicos não colocassem obstáculos nos acertos feitos pelas empreiteiras. De acordo com a Folha de S. Paulo, no cartel que atuava na Petrobras, vários delatores relataram que as empresas escolhiam as obras que queriam fazer porque tinham experiência naquele tipo de trabalho ou por causa do valor do contrato e porte da obra.

A Folha explica que, com o acordo, que trará benefícios tanto à empresa quanto para os executivos, a Andrade quer se livrar de ser proibida de celebrar contratos com o poder público, uma das consequências de quando o governo declara a empresa inidônea. 

Na Copa do Mundo, por exemplo, a Andrade Gutierrez atuou, sozinha ou em consórcio, na reforma do estádio do Maracanã, no Rio, do Mané Garrincha, em Brasília, do Beira-Rio, em Porto Alegre, e na construção da Arena Amazonas, em Manaus (AM).

A Andrade Gutierrez foi contratada também para tocar obras gigantes da Petrobras, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Três dos executivos da empresa que estavam presos (Otávio Azevedo, Élton Negrão de Azevedo Júnior e Flávio Barra) foram transferidos em definitivo do Complexo Médio Penal, que fica em Pinhais (PR), na Grande Curitiba, para a carceragem da Polícia Federal por razões de segurança. A transferência também facilita os depoimentos da delação e o contato dos presos com a família. Otávio e Élton foram presos em junho e Barra no mês seguinte.