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PF faz buscas nas casas de ministro do TCU Vital do Rêgo e do deputado Marco Maia

Investigações apuram pagamento de propina durante CPI da Petrobras, em 2014

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Na manhã desta segunda-feira (5), a Polícia Federal, com o apoio da Procuradoria-Geral da República, cumpre mandados de busca e apreensão nas casas do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e do deputado federal Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara de Deputados.

Vital do Rêgo e Marco Maia são suspeitos de terem cobrado propinas de fornecedores da Petrobras para barrar convocações na CPI da Petrobras, em 2014. Na época, Vital do Rêgo presidia a CPI da Petrobras e Marco Maia era o relator.

Durante a operação, os agentes da PF encontraram apenas a mulher e a filha de Maia na casa da família, em Canoas (RS).

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De acordo com a corporação, a chamada Operação Deflexão cumpre um total de nove mandados expedidos pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, referentes ao inquérito 4261 instaurado no âmbito da Operação Lava Jato. A ação conta com o apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal.

“O inquérito apura se parlamentares teriam solicitado a empresários contribuição financeira para que não fossem convocados a prestar depoimento na CPMI. Os executivos afirmam ter repassado valores superiores a R$ 5 milhões para evitar retaliações e contribuir para campanhas eleitorais”, informou a corporação por meio de nota.

O nome da operação faz referência ao verbo defletir, que significa provocar mudança ou alteração no posicionamento normal de algo. Uma alusão, segundo a PF, ao fato de que, mediante propina, empreiteiros investigados passaram à condição de blindados de uma eventual responsabilização.

Bancada do PT na Câmara classifica operação como "espetacularização desnecessária"

A bancada do Partido dos Trabalhadores afirmou que a PF fez "espetacularização desnecessária" com a ação e disse que Maia sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações iniciadas a partir da delação de um "réu confesso, sem nenhum indício que justifique a exposição e o ataque à sua imagem, como ocorreu com a operação de hoje".?

A nota da bancada petista diz, ainda, que, durante o trabalho de relator na CPMI, o deputado se comportou "de forma transparente e todas as suas decisões foram públicas e aprovadas pelo colegiado da Comissão, inclusive o relatório final".

"Nesse relatório, o deputado Marco Maia indiciou 53 pessoas e pediu a investigação de 20 empresas ao Cade, pela prática de crime de cartel. Entre os indiciados, estava Nestor Cerveró, que pela primeira vez foi apontado como um dos envolvidos nos esquemas de corrupção  que pairavam sobre a Petrobras e  que mais tarde seriam confirmados pela Operação Lava-Jato. É bom lembrar que Cerveró era protegido à época pelo mesmo delator que hoje tenta acusar Maia, para escapar  de sua responsabilidade", completa a nota do PT.