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'Le Monde': Manifestações sem paixão de apoio à Lava Jato

Reportagem diz que brasileiros foram às ruas sem paixão

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O jornal francês Le Monde publicou segunda-feira (27) uma matéria sobre as manifestações anticorrupção realizadas no domingo pelo Brasil. 

De acordo com o diário o povo não aderiu da mesma forma que anteriormente, na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Monde acrescenta que apesar disso os jornais locais continuam demonstrando interesse pelas repercussões da Operação Lava Jato.

Com a manchete "Manifestações sem paixão de apoio à Lava Jato", Le Monde relata que os brasileiros foram convocados às ruas pelos mesmos movimentos que organizaram passeatas de massa para defender o impeachment de Dilma Rousseff. 

O noticiário destaca que o objetivo era mostrar que a luta contra a corrupção não chegou ao fim, mas o resultado ficou bem aquém do esperado. O texto afirma que os manifestantes eram poucos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. 

O periódico fala que os protestos fracassaram, porque a reivindicação inicial, que era o apoio à Lava Jato, se acumularam com demandas confusas, como a liberação do porte de armas e a defesa do retorno dos militares ao poder, e avalia que esta situação criou mal-estar entre os organizadores dos protestos, além de um clima de incertezas.

> > Le Monde Des manifestations sans passion au Brésil pour soutenir l’opération « Lava Jato »

Outro fator apontado pelo Monde é a radicalização à direita, que pode ser consequência de  um sentimento de decepção e desgosto daqueles que apoiaram o impeachment. As últimas revelações da Lava Jato mostram que tanto a esquerda quanto a direita - do ex-presidente Lula passando pelo presidente Michel Temer, por Aécio Neves e pelo governador Geraldo Alckmin - são alvo de denúncias. Falta, então, encontrar "o candidato ideal".

Para finalizar, o periódico comenta que o juiz Sérgio Moro, considerado dos manifestantes, ainda não decidiu se vai abraçar a política, e enquanto ele pensa, o nome em ascensão é o do prefeito de São Paulo, João Doria, que conquistou os paulistanos com sua imagem apolítica.

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