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Encontro internacional defende coalizão social em prol do meio ambiente

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A articulação de esforços entre governo, empresas e a sociedade civil e a relação entre desenvolvimento social e preservação. Foram alguns dos temas discutidos no Encontro Internacional sobre Estratégias de Desenvolvimento de Longo Prazo e Mudanças Climáticas - Diálogos para um Futuro Sustentável, realizado hoje (27), em Brasília.

Um dos palestrantes do evento, organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), o diretor-geral de Políticas Climáticas, Europeia e Internacional do Ministério de Meio Ambiente da Alemanha, Karsten Sach, defendeu a importância de um “acordo de coalizão” entre os diversos atores sociais em prol do desenvolvimento sustentável, a exemplo do que ocorreu em seu país

“Em quatro rodadas de diálogo e com sessões de conversas capazes de agrupar 140 organizações, o governo alemão já registrou, em uma oportunidade, cerca de 400 propostas dos participantes. É difícil gerenciar tudo isto, mas é necessário”, afirmou Sach. Ele disse que a Alemanha decidiu que adotará, até 2018, um conjunto de medidas concretas e, dois anos depois, uma estratégia climática.

Segundo ele, atitudes como adequar a terminologia ambiental de forma que se torne de simples compreensão e procurar perpetuar iniciativas que resistam a ciclos políticos são pontos relevantes nesse processo.

Ontem (26) Sach assinou, com o ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, o termo de um ajuste complementar de 10 milhões de euros (cerca de R$ 37 milhões) a serem aplicados em atividades da Agenda Nacional de Adaptação à Mudança do Clima e do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Consonância

Para o secretário de Mudanças de Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, a união entre todos os setores da sociedade é essencial para a questão, não devendo ser restrita aos que “formalmente se comprometem. Se você quer uma garantia de que uma conversa será mantida a longo prazo, eu responderia que essa garantia é a sociedade. O envolvimento social. É fundamental que quem tome a dianteira seja a sociedade”.

O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alfredo Sirkis, também defende um pacto social no setor. “As condições são difíceis. Temos uma atual decomposição das instituições, uma economia avassaladora e uma violência que é ainda mais avassaladora. Mas é preciso colocar na mesa o governo, o setor privado, o setor acadêmico e o terceiro setor [para discutir a questão ambiental,]” opinou.

Já para a diretora executiva do ICS, Ana Toni, o Brasil tem uma vantagem competitiva. “O desafio do país é perceber que as mudanças climáticas podem ser uma alavanca para o desenvolvimento. É uma questão político-social de olhar para uma nova economia do mundo descarbonizado”, disse.