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Criador de Inhotim oferece obras de arte para pagar dívida com Estado

Bernardo Paz foi condenado a nove anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro

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Condenado na semana passada pela Justiça pelo crime de lavagem de dinheiro, o empresário Bernardo de Mello Paz, criador do Museu de Inhotim, em Minas Gerais, ofereceu obras de arte da instituição para pagar uma dívida de R$ 500 milhões com o Estado, segundo reportagem desta quarta-feira (22) do Valor Econômico.

Segundo o advogado-geral do Estado, Onofre Batista, a lista de obras apresentada pela equipe do empresário inclui trabalhos como "Celacanto Provoca Maremoto", um painel de Adriana Varejão com 184 peças que parecem grandes azulejos portugueses, e "Linda do Rosário", também de autoria da artista; "Glove Trotter", e "Inmensa" (conjunto de cadeiras e mesas de aço que chega a 8 metros de altura), ambas de Cildo Meireles, a escultura de ferro "Gigante Dobrada", de Amílcar de Castro (1920-2002). 

Segundo o empresário, todo o acervo da instituição está avaliado em US$ 1,5 bilhão. Já as obras oferecidas para pagar a dívida chegam a US$ 190 milhões. "Ele ofereceu obras de arte e agora temos de iniciar nosso trabalho de avaliação", disse o advogado-geral de Minas. Com a iniciativa do empresário, o governo pretende então contratar, com despesas pagas por Bernardo Paz, uma instituição internacional, como a Tate Gallery, de Londres.

Onofre Batista esclareceu ao jornal que a ordem é manter Inhotim. A única mudança, com as obras passando das mãos de Bernardo para o Estado, é que elas estariam sob garantia de que não seriam vendidas ou removidas do espaço cultural. "O governo não vai tirar daqui. O governo quer preservar o Inhotim. Não é estatizar. Não existe museu igual a esse no Brasil", afirmou Bernardo Paz.